
Rio - Familiares de Simone da Silva de Souza, morta pelo marido Anderson da Silva no Complexo do Alemão, disse nesta terça-feira que o pintor de paredes sempre foi muito agressivo, controlador e chegou a pedir para mulher deixar um emprego em uma perfumaria de um shopping, há um ano. Ele se entregou à polícia e confessou o crime. Segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa foi asfixia por esganadura.
"Sempre houve um histórico de agressões, físicas e psicológicas. Esse fato só chegava até a gente pelos vizinhos. Toda vez que tinha briga ela gritava, pedia socorro, e quando os vizinhos chegavam para acudi-la, ela rejeitava ajuda. A Simone nunca contou que ele a agredia", disse Vanessa Rodrigues Mota, de 35 anos, tia da vítima.
Segundo a dona de casa, Simone deixou a filha na escola e recebeu a ligação de Anderson para tomar café em uma padaria na região, quando ele desceu com o filho de 3 anos. Para ela, ele premeditou o crime. "Ele ainda teve a audácia de tomar café com ela antes de matá-la. Ele matou por crueldade", acredita.
Desde que largou o emprego, Simone se dedicava somente aos filhos. Anderson era muito controlador, de acordo com Vanessa. "Durante todo o tempo ele não deixava ela falar com ninguém. Até nas reuniões de família, ela ficava afastada dos parentes", contou.
A prima de Simone, Jeane Rodrigues Pereira, de 25 anos, disse que o filho de 3 anos, que presenciou o crime, perguntou pela mãe. "Ele perguntou para a gente: 'Tia, cadê minha mãe?' Dissemos que ela estava no céu e ele respondeu: 'então, tia, eu quero ir para lá para ficar com minha mamãe'", disse, aos prantos.
Simone era a irmã do meio de três irmãos. Segundo Jeane, a família só quer Justiça. "Levaram um pedaço da mãe dela, minha tia está devastada. Eu só desejo que ele tenha muita vida para ver que ele acabou com a nossa família e com os filhos dele. Eu quero que ele viva e pague pelo que ele fez com a nossa família. Desejo muita vida para ele", falou.