Dezenove casos isolados foram anotados no Rio de Janeiro no período - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dezenove casos isolados foram anotados no Rio de Janeiro no períodoMarcelo Camargo/Agência Brasil
Por Agência Brasil

Rio - A campanha de imunização contra o sarampo e a poliomielite no estado do Rio de Janeiro, que vai ser prorrogada por 15 dias para reforçar a cobertura vacina, vai ter mais um Dia D. Segundo o médico Alexandre Chieppe, da Secretaria de Estado de Saúde, o prazo de 15 dias começa a ser contado na próxima segunda-feira, o Dia D ocorrerá nesse período. A data ainda será definida, levando-se em consideração inclusive que, na semana que vem, tem o feriado de 7 de setembro.

“Vamos definir no início da semana que vem com os secretários municipais de Saúde, mas certamente será dentro desse período de prorrogação da campanha”, disse Chieppe à Agência Brasil.

“Por mais duas semanas, a partir de segunda-feira, haverá vacinação em todos os postos nos municípios que não atingiram a meta. Todo o estado continua mobilizado, oferecendo tanto a vacina tríplice, que protege contra o sarampo, como a de poliomielite, para todas as crianças de 1 ano ou menores de 5 anos”, completou.

Mobilização

No estado do Rio, foram confirmados este ano 18 casos de sarampo – 15 na capital, dois em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e um em Niterói, na região metropolitana.

Neste sábado (1º), postos de saúde do estado estão aplicando as vacinas. No município do Rio, o horário terminou ao meio-dia. De acordo com Chieppe, a orientação para a mobilização de hoje é resultado da baixa média de cobertura no estado. Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), apenas 55,5% do público-alvo foram vacinados contra o sarampo e 54,6% contra a poliomielite. A meta da campanha é imunizar cerca de 812 mil crianças, que representam 95% do público-alvo.

“A orientação foi para que todos os municípios que tivessem condição de abrir os postos que abrissem. Por isso, a abertura dos postos e o horário de funcionamento está muito heterogênea no estado do Rio de Janeiro todo”, explicou.

Para Chieppe, o histórico do estado do Rio, de cobertura superior a 95% contra o sarampo e a poliomielite, pode ter levado os pais a entender que não há necessidade de imunização, mas a orientação é renovar a aplicação das vacinas.

“Parte dessas crianças já está plenamente imunizada, mas isso tem feito com que algumas pessoas eventualmente não levem as crianças por estarem com a caderneta completa. Nosso desafio é mostrar que a campanha é não seletiva, ou seja, todas as crianças, independentemente do status vacinal, devem se vacinar até para garantir o reforço da vacina. Crianças que não tiverem conseguido proteção com a primeira ou segunda dose têm uma oportunidade de garantir a imunização”, disse o médico, destacando que há doses suficientes para atender ao público-alvo.

Região Serrana

Em Teresópolis, a cobertura atingiu, até agora, 67,8% do público-alvo de 8.366 crianças. De acordo com o Ministério da Saúde, é o maior percentual entre as principais cidades da região serrana do Rio de Janeiro. Lá o atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, em 19 unidades de saúde municipais.

Em Petrópolis, também na região serrana, a vacinação contra a poliomielite atingiu 55% do público-alvo, enquanto 54% receberam a tríplice viral, que previne contra o sarampo, rubéola e caxumba. No município, a expectativa da Secretaria de Saúde é vacinar 14 mil crianças. No ano passado, a aplicação da tríplice viral fechou ficou em 73% de cobertura e contra a poliomielite em 71%.

Vacina segura

Segundo a Secretaria de Saúde, a vacina contra a poliomielite é segura e protege contra os dois sorotipos do poliovírus 1 e 3, mas crianças com comprometimento imunológico devem ser avaliadas antes de tomar a vacina. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil está livre da poliomielite desde 1990, motivo fundamental para que a população procure a vacina.

Também chamada de pólio ou paralisia infantil, a poiliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. Pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total, atingindo tanto crianças quanto adultos. Entre os sintomas estão febre, dor de garganta e de cabeça, vômito, mal-estar, dor nas costas ou rigidez muscular, principalmente nos membros inferiores.

A proteção contra o sarampo faz parte das vacinas tríplice viral e tetra viral, disponíveis conforme calendário de vacinação do Ministério da Saúde.

O sarampo é uma infecção viral grave para crianças pequenas, mas de fácil prevenção por meio de vacina. Os sintomas começam com febre acompanhada de tosse persistente, manchas vermelhas na pele, irritação ocular e corrimento no nariz. Pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia e convulsões. No limite, a doença provoca lesão cerebral e morte.

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