Um Mustang foi apreendido na casa de homem apontado como líder da quadrilha de agiotagem - Diivulgação
Um Mustang foi apreendido na casa de homem apontado como líder da quadrilha de agiotagemDiivulgação
Por O Dia

Rio – Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco) realizam, nesta terça-feira, a operação "Black Keys", contra uma quadrilha que pratica agiotagem no Rio. Segundo as investigações, uma empresa usada para lavar dinheiro dos crimes movimentou R$ 47 milhões em seis meses. Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos e ao menos uma pessoa foi presa em flagrante.

Em duas casas, no Recreio e Campo Grande, uma delas do principal investigado, foram apreendidas farta documentação que vão auxiliar na investigação e foram apreendidos sete carros de luxo — dois Mustangs, um Camaro, uma BMW, uma Toyota Hyllux, uma Land Rover e um Hyundai Sonata, além de cinco armas de fogo — duas pistolas, dois revólveres e uma espingarda. Também foram achados relógios e cerca de R$ 500 mil em espécie. Parte dessa quantia estava em uma empresa em Seropédica, na Baixada, usada para o crime de lavagem de dinheiro. 

A quadrilha promove empréstimo de dinheiro a juros altos e "troca de cheques". O dinheiro obtido da extorsão das vítimas era "lavado" por pelo menos uma empresa, a que fica em Seropédica, na Baixada Fluminense, especializada em venda de produtos veterinários e agropecuários. O espaço tinha ligação clandestina de energia, descoberta pela Light.

Camaro amarelo apreendido na casa do principal investigado da quadrilha de agiotagem - Divulgação

As investigações começaram após a denúncia de um empresário, proprietário de uma loja de veículos, que fez operações de "troca de cheques" com os investigados, ficando com uma dívida com o grupo de R$ 680 mil. Ele foi obrigado a entregar imóveis, dinheiro e veículos para o grupo, tudo avaliado pelos criminosos com valores inferiores ao valor de mercado. 

De acordo com o empresário que foi vítima, no final do ano de 2016, sua loja, que fica em Campo Grande, foi invadida por integrantes do grupo, todos armados, levaram 23 chaves de veículos que estavam à venda, com o objetivo de constrange-lo a pagar o valor imposto pelo grupo.

Dinheiro, relógios e armas foram apreendidas com quadrilha que pratica agiotagem - Philippe Lima/ Seseg / Divulgação

Concessionária aberta para vender veículos de vítimas

O grupo também é investigado por tomar bens e veículos de outras vítimas, inclusive as investigações apontam que a quadrilha abriu uma concessionária para a venda de automóveis extorquidos de quem devia aos criminosos.

O líder do grupo, que não teve o nome divulgado ainda, é proprietário de diversas empresas especializadas em venda de produtos veterinários e agropecuários. A Draco diz que elas estão em nome de laranjas, que seriam funcionários das próprias empresas. O real proprietário figura como "procurador".

Armas encontradas na casa de líder de quadrilha de agiotagem, segundo a Draco - Divulgação

Informações obtidas através de análises a relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontaram que em algumas dessas empresas ocorreram transações com cheques emitidos por pessoas jurídicas de diferentes ramos, que não condizem com a atividade exercida pelas empresas investigadas.

Apenas uma das empresas investigadas movimentou valor superior a R$ 47 milhões, entre junho e novembro de 2015, o que indica a prática do crime de lavagem de dinheiro. A operação teve o apoio de fiscais da Secretaria de Fazenda (Sefaz), de agentes da Polícia Judiciaria da Força Nacional de Segurança Pública e da Inteligência da Secretaria de Segurança.

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