Oito candidatos ao governo do Rio participaram ontem do debate na sede carioca do SBT, em parceria com o UOL e Folha de São Paulo - Daniel Castelo Branco/ Agência O DIA
Oito candidatos ao governo do Rio participaram ontem do debate na sede carioca do SBT, em parceria com o UOL e Folha de São PauloDaniel Castelo Branco/ Agência O DIA
Por BEATRIZ PEREZ e CÁSSIO BRUNO

Rio - Liderando as pesquisas de intenção de voto, Eduardo Paes (DEM) foi novamente alvo preferido dos ataques dos adversários no debate entre os candidatos ao governo do Rio promovido na tarde desta quarta-feira pelo Uol, Folha de São Paulo e SBT nos estúdios da emissora, em São Cristóvão. Participaram os oito mais bem colocados ao cargo, entre os 12 postulantes: Eduardo Paes (DEM), Romário Faria (Podemos), Anthony Garotinho (PRP), Indio da Costa (PSD), Tarcísio Motta (Psol), Marcia Tiburi (PT), Wilson Witzel (PSC) e Pedro Fernandes (PDT). 

Eduardo Paes foi identificado pelos adversários com o ex-aliado de Sérgio Cabral. Na primeira pergunta, Indio da Costa (PSD) se referiu a ele como 'candidato do Cabral'. Ex-integrante do MDB, partido que faz parte atualmente de sua aliança, Paes evitou revidar aos ataques e não recorreu a direitos de respostas durante o debate.

"É difícil disputar eleição com quem já foi preso três vezes. As pessoas conhecem ele (Garotinho). Não vou perder meu tempo", afirmou Paes ao DIA referindo-se às três prisões do candidato do PRP, no ano passado, nas Operações Chequinho e Caixa D'Água, por compra de votos e financiamento irregular de campanha.

No encontro, Paes lembrou que Garotinho e Indio da Costa são ligados ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). O ex-governador é apoiado pelo bispo licenciado da Igreja Universal enquanto Indio foi secretário municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação.

Segurança pública e corrupção foram os principais temas levantados. Indio da Costa chamou de 'imbecil, inconstitucional e mentirosa' a resposta de Eduardo Paes sobre o primeiro tema. O candidato do Democratas disse que contará com as Forças Armadas em seu governo. Indio rebateu dizendo que as Forças Armadas só podem agir sob o poder do presidente da República e não sob a coordenação do governador. Paes, então disse que solicitaria ao presidente o auxílio dos militares, sem responder às provocações. 

No momento mais tenso do debate, o candidato do PSC, Wilson Witzel, perguntou como Garotinho (PRP) pretendia governar com tantas condenações e disse que o ex-governador estava inelegível. Garotinho ironizou o adversário lembrando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu sua inelegibilidade. "Ainda bem que o doutor se aposentou como juiz, porque não conhece a lei", disse. "Coincidentemente, a condenação que ele fala foi dada por um juiz, cuja página no Facebook faz campanha pra ele".

Garotinho frisou que condenações restantes seriam 'perseguições' devido às denúncias que fez sobre Sérgio Cabral, no episódio que ficou conhecido como "farra dos guardanapos". Garotinho disse ainda que o adversário do PSC se ofereceu para ajudá-lo a resolver um 'assunto' com a Justiça Federal. O juiz pediu direito de resposta, mas não foi atendido.

Romário teve sua capacidade para governar o estado do Rio, em crise fiscal, questionada diante dos problemas que o ex-jogador enfrenta na gestão de suas finanças. Ele alegou que está 'pagando suas dívidas, não tem problemas em sua vida pública e que vai governar com uma equipe qualificada'. 

Nacionalização

A campanha presidencial teve destaque. Márcia Tiburi lembrou que é candidata apoiada pelo ex-presidente Lula, também preso na Lava Jato, e pelo candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad. "Fui convidada pelo Lula justamente porque não estou envolvida com esses esquemas (de corrupção) anteriores", afirmou ela.

Em quinto lugar nas pesquisas, Indio da Costa elogiou Jair Bolsonaro (PSL) na tentativa de atrair eleitores do capitão da reserva do Exército. O PSD de Indio apoia Geraldo Alckmin (PSDB). Já Pedro Fernandes lembrou que tem o apoio do presidencial Ciro Gomes e destacou que, se eleito, retomará obras de infraestrutura paradas.

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