Rio - O estudante H. do Colégio Estadual Visconde de Cairu, no Méier, diz que foi agredido dentro da unidade, na tarde desta segunda-feira. Ele relatou em sua conta no Facebook que ele e o amigo J. foram vítimas de homofobia. A Polícia Civil informou, via assessoria de imprensa, que investiga o caso após registro de lesão corporal ter sido feito na 23ª DP (Méier). A Secretaria Estadual de Educação esclareceu que os alunos envolvidos no episódio são maiores de idade.
Segundo relato de H., o agressor era desconhecido por ele e seus colegas na escola. O estudante relatou que foi ameaçado junto com o amigo J. E disse que, após a ameaça, o agressor o surpreendeu com um pedaço de madeira. Acabou agredido na cabeça e precisou levar oito pontos.
"A agressão continuou com socos e pontapés. Quando ele viu que eu caí, começou a bater no meu amigo, que tomou madeiradas e socos no rosto", continuou H. O criminoso conseguiu fugir com a ajuda de comparsas.
O estudante disse que foi amparado por professores e funcionários, que ajudaram a estancar o sangue. Ele disse que profissionais do colégio chamaram a polícia e uma ambulância. A Secretaria Estadual de Educação disse que o caso está a cargo da Polícia Civil.
"Até quando vamos ter que passar por isso? Não vamos nos calar. Se fere nossa existência, somos resistência", finalizou H.
A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento na 23ª DP (Méier). "Agentes estão, neste momento, em diligências em busca de mais informações", dizia a nota da instituição que chegou à redação do DIA às 16h53 desta terça-feira.
A Ala da Comunidade da Estação Primeira de Mangueira divulgou uma nota de repúdio à agressão sofrida por H., que integra este grupo da escola de samba.
"Lamentamos ainda mais que o ataque tenha acontecido dentro de uma escola, o Colégio Estadual Visconde de Cairu. Não podemos ficar reféns do ódio e da violência. Estamos juntos na luta por uma sociedade mais justa, democrática e igualitária para todas e para todos!".
Em nome de coordenadores e coordenadoras, componentes e da vice-presidente Guanayara Firmino, a ala repudia qualquer ato de homofobia, de discriminação racial, machismo entre outros discursos de ódio.
"Queremos que sua alegria e amor pela Estação Primeira de Mangueira seja nossa companheira por muitos e muitos anos. Estamos juntos!", finaliza a nota.