Clínica da Família e Vila Kosmos
 - Divulgação / Prefeitura do Rio
Clínica da Família e Vila Kosmos Divulgação / Prefeitura do Rio
Por O Dia

Rio - Um dia depois da Prefeitura do Rio oficializar o corte de 239 equipes da Atenção Primária, o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) decidiu decretar greve a partir desta quinta-feira nas Clínicas da Família do município. Apenas 50% dos médicos vão fazer atendimento emergencial para pacientes com quadro de saúde de urgência.

O objetivo é pressionar as autoridades contra o corte no quadro de funcionários, o atraso de salários e a redução do orçamento da Saúde para o ano que vem. De acordo com o diretor do Sinmed-RJ, Alexandre Telles, a greve é presencial. "A situação é de terra arrasada. Mas ainda sim 50% dos médicos estarão nas clínicas para atividades de mobilização. Vamos conversar com a população e explicar nossas pautas", disse o diretor.

Telles acrescentou que mais de mil médicos devem aderir a greve, decidida em assembleia na sexta-feira, e tanto a prefeitura quanto o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), e as Organizações Sociais responsáveis foram informadas. No entanto, questionada, a Secretaria Municipal de Saúde não se posicionou sobre a paralisação.

Uma das organizadoras da greve, Carolina Toffoli, ressaltou que, com o corte programado de 1,4 mil funcionários, o atendimento dos pacientes será diretamente impactado. Além disso, profissionais de seis das dez regiões da cidade estão com salário irregular. Outra pauta do Sinmed-RJ é contra o corte de R$ 725 milhões previsto no orçamento da Saúde do ano que vem. "A expectativa é que consigamos agregar a população e reverter essa crise. Estamos lutando para manter o modelo que atende aos pacientes", ponderou Carolina.

Falta de atendimento gera demissão

Apesar da greve ter sido anunciada para hoje, a Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia, em Vila Kosmos, teve atendimento restrito ontem, transmitido ao vivo pelo Bom Dia Rio, da TV Globo. Enquanto o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, era entrevistado no estúdio, pacientes foram dispensados pela unidade.

Irritado, Messina afirmou que a prefeitura tomaria providências e no fim da tarde anunciou a demissão de um médico e de uma coordenadora da divisão administrativa da clínica. "As OSs tentam deixar a prefeitura refém, mas esses pacientes não ficarão sem atendimento", disse o secretário, que pediu para a população denunciar se tiver dispensa de atendimento.

Após a entrevista, durante a tarde, Messina foi até a unidade acompanhando da secretária de Saúde Beatriz Busche. Lá, moradores e pacientes protestaram contra o corte de profissionais nas clínicas.

 

 

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