Sítio em que Pedro Paulo (D) se escondia após a morte de Karina (E) - Divulgação / PF
Sítio em que Pedro Paulo (D) se escondia após a morte de Karina (E)Divulgação / PF
Por *Luana Dandara

Rio - Um morador do Complexo do Alemão foi atingido, nesta quinta-feira, na cabeça por estilhaços de bala ao ter, segundo vizinhos, uma muleta confundida com uma arma por policiais militares. De acordo com o jornal "Voz das Comunidades", o homem foi socorrido na UPA da região e liberado em seguida.

No momento da ocorrência, acontecia um confronto entre criminosos e policiais das Unidades de Polícia Pacificadora da Nova Brasília e Fazendinha. Um policial militar também foi ferido por estilhaços sem gravidade no episódio. Segundo a PM, as bases das UPPs foram atacadas por criminosos na manhã de quinta-feira, e agentes revidaram a agressão. Não houve apreensões ou prisões no local.

Por medo de represálias, a vítima, que trabalhava em uma barbearia, não quis dar entrevista. Em nota, a PM disse que a UPP da Fazendinha foi informada que um homem com necessidades especiais deu entrada na UPA na tarde de quinta-feira, por meios próprios. A corporação, no entanto, não deu explicações sobre o caso.

Após o confronto, outro homem, baleado nas pernas, deu entrada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Policiais que participaram da operação na comunidade o reconheceram como um dos criminosos que atacaram a base da UPP. O suspeito está em custódia no hospital. A ocorrência foi registrada na 44ª DP (Inhaúma).

Nas redes sociais, moradores do Alemão reagiram com indignação ao caso. "Está difícil para sair e chegar do trabalho", escreveu um deles. "Eles (policiais) andam com tanto medo que é bem capaz de passar com o celular na mão e confundirem com uma granada", acrescentou outra moradora. "Sinceramente não sei onde isso vai parar, é muito despreparo", finalizou mais uma.

Em setembro, um morador da comunidade Chapéu Mangueira, na Zona Sul, foi morto por um policial militar ao ter o guarda-chuva confundido com um fuzil, segundo familiares. Rodrigo Alexandre da Silva Serrano, de 26 anos, foi atingido por três tiros. A PM negou e, na época, informou que houve um confronto entre agentes e criminosos no local.

Em 2010, na favela do Andaraí, um policial do Bope (Batalhão de Operações Especiais) matou um morador ao confundir uma furadeira com uma arma. A vítima Hélio Ribeiro, de 46 anos, pregava uma lona com a furadeira quando foi atingido. O cabo Leonardo Albarello admitiu o equívoco, e foi absolvido da acusação de homicídio dois anos depois.

*Estagiária sob supervisão de Jessyca Damaso

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