Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann - Agência Brasil
Ministro da Segurança Pública, Raul JungmannAgência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, divulgou nota, por meio da assessoria de comunicação da pasta, em que rebate entidades de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro que criticaram sua fala durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, em Brasília. Segundo a nota, "em nenhum momento" o ministro "identificou os agentes públicos que poderiam estar envolvidos com uma possível rede de proteção a criminosos".

Jungmann anunciou nesta quinta que a Polícia Federal vai investigar a existência de um grupo criminoso articulado para atrapalhar e impedir as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em março. O ministro solicitou ainda a instauração de inquérito policial para apurar o envolvimento de agentes públicos, milicianos e contraventores que estariam atuando em conjunto.

Nesta sexta-feira, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol-RJ) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Adepol-RJ), em nota conjunta, lamentaram "as declarações e nova tentativa" do ministro "de capitalizar dividendos políticos em cima da investigação dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes".

Na avaliação das entidades, Jungmann "se apressa em expor e por em cheque a credibilidade das investigações", atitude que, de acordo com elas, "tenta induzir um descrédito da sociedade na polícia investigativa, o que somente interessa aos marginais e representa uma total inversão de valores, dissociada do anseio da população, em nada auxiliando na promoção do almejado interesse público".

De acordo com a nota da assessoria de comunicação do ministério, Jungmann "limitou-se a informar os termos da determinação expressa recebida da Procuradoria-Geral da República para que a Polícia Federal, a ele subordinada, investigasse essa possibilidade a partir de denúncias graves obtidas pelo Ministério Público Federal".

A nota reforça ainda que "a medida não configura a federalização das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, que continuam a cargo das autoridades policiais estaduais".

Irmã de Marielle lamenta episódio 

Anielle Franco, irmã da vereador Marielle Franco, comentou o fato da Polícia Federal anunciar que abriu um inquérito para apurar supostas tentativas de obstrução da investigação da morte. O desabafo foi feito através do Facebook. 

"Hoje eu sou só dor, hoje eu tô arrasada com o que o ser humano virou. Quem foi o fdp (desculpa) que mandou matar e matou a minha irmã? Mas eu tô me levantando aos poucos. Ah, eu tô! E aos poucos o meu sangue que foi ali derramado, esse, pode ter certeza que será vingado. Ancestralidade é a importância de honrar os que vieram antes de nós! Portanto, eu vos aviso: minha luta não é de hoje. Foram 34 anos ao lado dela. Ela se foi em corpo, mas me acompanha, me segue e me rege. E eu tô aqui! E eu, ah...eu não ando só", escreveu. 

 

Você pode gostar