Palácio Laranjeiras de Portas Abertas - André Gomes de Melo/Divulgação Governo do Estado do Rio de Janeiro
Palácio Laranjeiras de Portas AbertasAndré Gomes de Melo/Divulgação Governo do Estado do Rio de Janeiro
Por O Dia

Rio - O Palácio das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, abriu suas portas para o público neste sábado. O programa ‘Palácio das Laranjeiras de Portas Abertas’ acontecerá aos sábados, em dois grupos: às 9h e às 11h.

Os visitantes foram guiados pelos alunos do curso Técnico em Guia de Turismo do Senac RJ, parceiro do governo do Estado no projeto, que estão vivenciando na prática as competências desenvolvidas em sala de aula.

O programa será realizado até o dia 15 de dezembro. Todas as vagas, um total de 200, já foram preenchidas.

"Idealizamos esse programa de visitação pública ao Palácio das Laranjeiras, após sua restauração, para que as pessoas tivessem a oportunidade de conhecer um pouco mais da história do Rio de Janeiro e também do país. É uma viagem cultural e histórica ao passado", disse a primeira-dama e presidente do RioSolidario, Maria Lucia Horta Jardim.

O planejamento para a execução do programa ‘Palácio das Laranjeiras de Portas Abertas’ surgiu logo após a conclusão das primeiras turmas da Oficina de Restauro de mobiliários e elementos pétreos, promovida pelo RioSolidario, obra social do Rio de Janeiro, em parceria com o Senac e o Sebrae.

"Tivemos, em 2016, a conclusão da restauração de toda a edificação e de seu entorno. Durante os anos de 2017 e 2018, foram feitas essas restaurações do acervo, que inclusive contou com a participação dos alunos que fizeram as oficinas escolas aqui no Palácio das Laranjeiras. Foi todo um processo para que pudéssemos abrir o palácio com todo o seu esplendor para a população", afirmou a diretora do Departamento de Conservação e Restauro da Secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Simone Algebaile.

Segundo a diretora de Educação Profissional do Senac-RJ, Wilma Freitas, o projeto foi uma grande oportunidade de parceria entre a Fecomércio, o Senac/Sesc e o Governo do Estado. "Os nossos alunos de Guia de Turismo puderam fazer uma prática profissional real, fazendo o guiamento de grupos de alunos em visitas a esse belíssimo equipamento histórico. Isso tem uma importância para a vida profissional deles e acho que também, pelo lado institucional, para nós, que temos essa função social de trazer os fluminenses para conhecer as suas riquezas e a sua história", ressaltou ela.

A visitante Carolina Chen de Almeida fez questão de levar o filho Lucas, de 9 anos, para conhecer o Palácio: "Eu acho importante a gente ter acesso ao patrimônio público do Rio, do estado. A casa do Eduardo Guinle é belíssima e é uma ótima oportunidade do meu filho conhecer um pouco dessa história, do nosso estado, da construção desse lindo palacete, para que ele possa crescer com mais informação e mais cultura", disse.

Lucas ficou encantado com o que viu: "De tudo que eu vi, eu achei interessante a sala de música porque eu gosto de música, eu toco teclado, e aí eu vi como eram os equipamentos no passado. Eu estudei sobre isso na escola e agora pude ver de perto. Achei muito legal."

Simbolismo político

O Palácio das Laranjeiras é um Palácio que conta a história do país e do estado, através de anos de utilização pelos presidentes da República e por Governadores, que receberam autoridades brasileiras e estrangeiras.

Após a venda, em 1947, pela família de Eduardo Guinle ao governo brasileiro, o Palácio foi utilizado para receber os presidentes estrangeiros em visita ao Brasil. Com a morte de Getúlio Vargas no Catete, em 1954, o presidente eleito Juscelino Kubistchek resolveu usar o Laranjeiras como residência oficial. Assim o palácio tornou-se o epicentro da política nacional, até que em 1975 o Presidente Marechal Ernesto Geisel passou o Palácio das Laranjeiras para o governo do recém criado Estado do Rio de Janeiro e este continuou a sua trajetória, a partir de daí, como residência oficial dos governadores do estado.

"O Palácio Laranjeiras, além de ser uma referência arquitetônica e histórica de uma época da cidade do Rio de Janeiro, ele também representa a história do país, porque ele foi residência oficial dos presidentes da república. Vários eventos importantes desse período republicano, a partir dos anos 50, ocorreram aqui. Fora o valor artístico do seu acervo. Tudo isso contribuiu para ressaltar a importância dessa iniciativa de abrí-lo ao público, porque a gente só dá valor para aquilo que a gente conhece e o palácio existe já há 100 anos e, infelizmente, é desconhecido por boa parte da população carioca", destacou o professor de história, Gustavo Reinaldo Alves do Carmo.

Ambientes internos

Visitantes vão conhecer os vários ambientes internos como toda a área social, que inclui o hall de entrada, o salão de visitas - chamado Salão Luis XIV, o fumoir, a Sala de Música com o piano inspirado no cravo de Maria Antonieta, o Salão de Jantar; e no pavimento superior, a biblioteca que abriga o Bureau do Roi, réplica do original de Versalhes; o Salão Império e a Galeria Regência.

A grande novidade é a abertura ao público de ambientes de serviço e íntimos. O visitante poderá conhecer a Sala de Almoço, a Copa, o Boudoir, o Quarto do Casal, o Quarto das Crianças e o banheiro de mármore. Esses locais, até então, ainda não haviam sido abertos à visitação pública.

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