Simone Costa foi presa dentro de casa, em Mesquita, na Baixada Fluminense  - Divulgação
Simone Costa foi presa dentro de casa, em Mesquita, na Baixada Fluminense Divulgação
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A delegacia de Campo Grande (35ªDP) prendeu, nesta madrugada, em Mesquita, na Baixada Fluminense, Simone Costa, massoterapeuta acusada de aplicar um líquido nos glúteos da comerciante Ângela Pedrosa, de 25 anos, no último dia 17 de outubro, na casa dos pais de Simone, também em Campo Grande. 

Em depoimento na manhã desta segunda-feira, Simone admitiu mais uma vez ter atendido Ângela. Além disso, a mulher disse que aplicou um remédio na mulher para que a dor passasse. Após o procedimento, Ângela passou e foi internada no mesmo dia no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande. A vítima segue em estado grave com infecção generalizada. 

"Foi expedido mandado de prisão e busca e apreensão pelo cometimento dos delitos de lesão corporal gravíssima em razão da deformidade permanente e também por exercício ilegal da medicina", declarou o delegado Adriano Leal, responsável pelo caso.

"Ela estava em casa em Mesquita e não ofereceu resistência. Nada de relevante foi encontrado na residência dela", finalizou. 

Simone já havia prestado depoimento sobre o caso, no último dia seis, quando confirmou, pela primeira vez, ter feito o procedimento estético nos glúteos de Ângela Pedrosa duas vezes.

O delegado ainda acredita que o produto usado pela falsa médica não tenha sido hidrogel, como alega Simone, mas, sim, silicone industrial, devido ao valor de custo do hidrogel e do preço cobrado pela aplicação. As informações são da Rede Globo.

Simone responde por lesão corporal gravíssima, pela deformidade permanente causada à vítima, e pelo exercício ilegal da medicina, já que ela é massoterapeuta, e não médica.

O caso

De acordo com parentes e amigos da jovem, Ângela teria dito para a mãe que faria uma massagem e uma drenagem linfática e não o preenchimento dos bumbuns. "A Ângela não estava em casa quando a Simone chegou (para fazer o procedimento). Ela disse à Ana Cláudia (mãe da vítima) que iria esperar", lembra Silvia Oliveira, 39, tia da vítima. "A minha sobrinha chegou, foi para o quarto e uma hora mais ou menos depois ela falou para a mãe que estava sentindo muita dor", completa a tia.

A jovem, que é mãe de dois filhos — de 9 e 2 anos — ainda recebeu uma injeção para tentar amenizar a dor. No entanto, ela precisou ser encaminhada pelo marido no mesmo dia para o hospital. Há cerca de três meses a mulher já havia feito uma aplicação nos glúteos. Segundo familiares da mulher, a mãe e o marido eram contra os procedimentos estéticos que ela fazia.

"A mulher chegou a aplicar vários analgésicos nela mas não adiantava. Ela reclamava de dores. Em um determinado momento ela disse que estava ficando surda. Eu fiquei desesperada e chamei o meu genro para socorre-la. Antes da aplicação, ela chegou a me dizer que era uma amiga dela que faria isso", lembra a cozinheira Ana Claudia Oliveira, mãe de Ângela.

De acordo com o Hospital Rocha Faria, a comerciante entrou na emergência da unidade com infecção grave nos glúteos, que virou necrose. Atualmente, ela está internada em estado grave com infecção generalizada. 

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