Fuzis, pistola, munições, colete e dinheiro apreendidos em operação da Draco-IE e MP contra a milícia - Philippe Lima/ Divulgação Seseg
Fuzis, pistola, munições, colete e dinheiro apreendidos em operação da Draco-IE e MP contra a milíciaPhilippe Lima/ Divulgação Seseg
Por O Dia

Rio - Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE), junto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), realizam uma operação contra a milícia que atua em comunidades de Campinho, Madureira, Vila Valqueire, Praça Seca e Taquara, nas zonas Norte e Oeste da cidade. A ação tem o objetivo de cumprir cinco mandados de prisão preventiva e também de busca a apreensão. Dois policiais militares foram presos em Cascadura e outros três homens estão foragidos, entre eles Leonardo Luccas Pereira, o "Leleo, 2L ou Panda", apontado como um dos líderes da milícia que tem como núcleo operacional a região de Campinho.

Com os PMs, identificados  como cabo Bruno Rodrigues Guarany de Carvalho, o "Skank” ou "Sk", lotado no 9º BPM (Rocha Miranda) e o sargento Rafael Ávila, o "Manteigão’ ou "Papel", do 22º BPM (Bonsucesso) foram apreendidos dois fuzis de calibre .762 e .556, duas pistolas calibre 380 e 45, R$ 5.100 em espécie, um carro roubado, colete à prova de balas e celulares. Procurada ainda pela manhã, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre as prisões. 

No bairro do Campinho, núcleo operacional da quadrilha, houve confronto na chegada da polícia e foram apreendidos um fuzil, uma moto roubada e boletos preparados para a prática de extorsão. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido contra outro policial, identificado como Paulo Sérgio Malheiros. Helicópteros da Polícia Civil auxiliar na operação na região.

As investigações apontam que os denunciados Leonardo Luccas Pereira, conhecido como ‘Leleo, 2L ou Panda’; Diego Luccas Pereira, vulgo ‘Playboy ou Maradona’, Edmilson Gomes Menezes, chamado de ‘Macaquinho’, são os responsáveis pela milícia que atua nas comunidades de Campinho, em Campinho; do Fubá, em Madureira; Quiririm, em Valqueire; da Caixa d’Água, em Quintino; Chacrinha, na Praça Seca; e Jordão, na Taquara.

Aos PMs presos cabiam a função de segurança e transporte dos membros da cúpula da quadrilha, além de informarem sobre operações policiais e conseguir armamentos para os criminosos. De acordo com a denúncia do MPRJ, com base na investigação da Draco-IE, os criminosos "implantaram regime de medo e terror nas comunidades" 

O objetivo também é apreender aparelhos telefônicos, computadores, hard drives, pen drives (flash discs), arquivos mantidos na “nuvem” e quaisquer outros eletrônicos capazes de armazenar fotos, arquivos de áudio e vídeo. O conteúdo dos diálogos e arquivos de imagens será usado para elucidar detalhes de funcionamento da milícia.

Material apreendido em operação da Draco-IE e MP contra a milícia que atua em Campinho e adjacências - Divulgação

A denúncia do Gaeco/MPRJ, a partir de inquérito instaurado pela Draco, apurou-se que a organização criminosa extorque moradores, comerciantes e demais empresários com o pretexto de oferecer "serviços de segurança"; o comércio ilegal de armas de fogo e o tráfico de drogas. Há também indícios de homicídios com características de "justiçamento" e a exploração ilegal do comércio de gás e sinais clandestinos de internet e televisão a cabo.

Para o Gaeco, o porte ostensivo de armas de fogo, inclusive fuzis, a adoção de estratégias de guerra, com participação de policiais militares, práticas de homicídios com características de "justiçamento", confrontos e monitoramento de ações policiais são características que demonstram o rebuscamento do modus operandi utilizado pela milícia.

A ação teve apoio da Força Nacional de Segurança Pública, da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e do Serviço Aeropolicial (Saer), ambos da Polícia Civil, além da Corregedoria Interna da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (CInt PM). Procurada, a PM ainda não se pronunciou sobre as prisões de policiais.

Formulários usados pela milícia para cobrança de moradores e comerciantes - Divulgação

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