Assunção - O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, esteve uma reunião com o Conselho de Segurança Interna, na manhã deste domingo, para discutir o assassinato de Lidia Meza Burgos, 18 anos, pelo narcotraficante Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, dentro do grupamento especializado da Polícia Nacional neste sábado.
No Twitter, Mario Abdo Benítez anunciou a troca de comando na Polícia Nacional, no início da tarde deste domingo. "Tomamos a decisão de substituir o Comandante e o Subcomandante da Polícia Nacional", escreveu.
Hemos tomado la decisión de sustituir al Comandante y Subcomandante de la Policía Nacional.
— Marito Abdo (@MaritoAbdo) 18 de novembro de 2018
Ainda segundo o jornal, o crime seria "uma medida extrema para evitar sua extradição para o Brasil". Ele, que é apontado com um dos líderes da facção Comando Vermelho (CV), é condenado pela Justiça do Rio a uma pena de 26 anos.
Já no Paraguai, ele está preso por homicídio e falsificação de documentos, mas foi aberto um processo para sua extradição, atendendo a pedido da Justiça brasileira.
A jovem assassinada por Marcelo Piloto trabalhava como cuidadora de uma idosa de 90 anos, segundo informações do pai da vítima, Francisco Meza, ao jornal La Nación. "Ela é nossa última filha, uma das mais mimadas", declarou o pai ao canal de notícias C9N.
Ao Última Hora, Francisco explicou que a filha trabalhava durante a semana e tinha os fins de semana livres. "Ela saía do trabalho e ia para casa, dormia com a mãe", disse o pai emocionado ao portal de notícias. Ele acrescentou que sua filha também recebeu muito amor dele e de sua esposa.
Segundo Meza, a filha havia voltado para o Paraguai há dois meses e havia conseguido o emprego há um mês. Ela estava na Argentina, onde a família morou por alguns anos. Ele disse desconhecer o vínculo de Lida com o narcotráfico, mas assegurou ao Última Hora que não permitirá que o crime fique impune.
Os registros anteriores mostram que esta foi a segunda visita que a jovem fez ao chefe da facção criminosa. A primeira vez foi em 17 de outubro, relatou o NoticiasPy.
O brasileiro teria usado uma faca de sobremesa para golpear seguidamente a jovem Lidia Meza Burgos. Após ouvir gritos, os agentes foram ao local e encontraram a mulher ensanguentada. A vítima chegou a ser levada para o Hospital de Barrio Obrero, em Assunção, mas não resistiu. O corpo passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.
Juan Ernesto Villamayor, Ministro do Interior, informou a jovem foi espancada e depois recebeu mais de uma dúzia de punhaladas. O fiscal María Irene Álvarez confirmou que havia um total de 16, segundo o Última Hora.
Na última semana, Piloto havia dado uma entrevista denunciando o pagamento de propinas a autoridades policiais paraguaias em troca de proteção. Um dia após a coletiva, as autoridades do Paraguai divulgaram um vídeo em que o CV ameaça matar a procuradora-geral do Paraguai,Sandra Quiñonez, em represália à ação dela pela extradição de Marcelo Piloto.
Na segunda-feira, a advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi executada, na segunda-feira, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.