Rio - A Agência Reguladora de Serviços de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp) abriu um boletim de ocorrência para apurar as circunstâncias do descarrilamento de um trem de manutenção, entre as estações Oswaldo Cruz e Madureira, às 4h30 desta terça-feira. O acidente afetou três ramais (Deodoro, Japeri e Santa Cruz), prejudicando milhares de passageiros.
De acordo com a Agetransp, uma equipe técnica da agência reguladora foi enviada ao local da ocorrência. Além das causas do descarrilamento, serão apuradas também a adequação do atendimento prestado aos usuários pela concessionária SuperVia, assim como dos procedimentos adotados para o restabelecimento da normalidade na operação. A concessionária poderá ser multada.
A circulação voltou a acontecer às 7h30 nos ramais após a retirada do trem, três horas depois do acidente, mas acontecia com intervalos irregulares. Os intervalos do ramal Japeri foram normalizados às 8h40 e os do ramal Santa Cruz às 10h50. No de Deodoro, os trens ainda podem precisar aguardar ordem para passar devido ao reparo que ainda é feito em um dos trilhos, o que provoca atrasos.
Enquanto o trem de manutenção ficou no trecho, as estações Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro e Marechal Hermes ficaram fechadas para embarque e desembarque. Enquanto Técnicos seguem trabalhando no trecho no reparo dos trilhos.
Por causa do incidente, os intervalos nos ramais de Japeri e Santa Cruz foram reprogramados e houve atrasos. "A todo momento os passageiros estão sendo informados sobre a situação por meio do sistema de áudio dos trens e das estações", a SuperVia informou. As duas linhas estão em processo de normalização.
Passageiros reclamaram muito dos transtornos causados pelo descarrilamento. As estações e trens, que costumam ficar cheios, estavam superlotadas. Há relatos nas redes sociais de pessoas que passaram mal.
"Saio de cada antes das 5h. Quando chegamos em Deodoro eles informaram do problema”, disse a empregada doméstica Maria América da Silva, de 50 anos, que mora em Nova Iguaçu, na Baixada. "Desci em Oswaldo Cruz e agora vou ter que pegar um ônibus até lá (no serviço). Terei que pagar uma passagem extra do meu bolso", completou.
Uma das estações mais lotadas era Madureira e Cascadura. Dezenas de pessoas esperavam até 30 minutos para embarcar. Muitas desistiram e recorreram ao metrô. Foi o caso do auxiliar de escritório Ronaldo Alves, 26. "Eu entrei e esperei muito tempo. Já estou atrasado para o trabalho. Infelizmente, aqui nessa estação, ninguém informou do problema. Se eu soubesse não teria pago essa passagem e tinha optado pelo metrô".
O Centro de Operações da Prefeitura (COR) avisou que "solicitou reforço nas frotas de ônibus da Rio Ônibus na região de Madureira".
