17º BPM (Ilha do Governador)  - Reprodução Google Maps
17º BPM (Ilha do Governador) Reprodução Google Maps
Por MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - A Corregedoria da Polícia Militar fez, nesta quinta-feira, uma inspeção no 17º BPM (Ilha do Governador) e várias irregularidades foram encontradas no batalhão da Zona Norte do Rio. Durante a inspeção, a determinação foi de não deixar ninguém sair nem entrar na unidade. A PM nega e garante que a rotina do batalhão não foi alterada. 

Diversos materiais foram encontrados nos armários dos policiais, dentre outros, mais de 600 munições de diversos calibres, oito granadas, várias trouxinhas de maconha, pinos de cocaína, cigarros de erva e pedras de crack, 13 radiotransmissores, R$ 100 em espécie e dois alicates de cortar cadeado.

Corregedoria da PM faz inspeção na Ilha - Divulgação

A inspeção acontece dois dias depois do assassinato, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, do major Alan de Luna Freire, que era lotado na P-2 do 17º BPM. Ele foi morto no primeiro dia de trabalho após as férias. A ação conta com o apoio das Delegacias de Polícia Judiciária Militar (DPJM). 

Segundo a PM, o crime teria sido ordenado por Antônio Eugênio de Souza, o Batoré, homem de confiança do traficante e principal matador da quadrilha de Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, que comanda o tráfico de drogas na Ilha do Governador. O chefão do pó é o bandido mais procurado do estado. 

Segundo o comandante do 17º BPM, tenente-coronel Marcelo de Menezes, a ação da Corregedoria tinha como objetivo identificar possíveis conexões entre policiais do batalhão e a quadrilha de traficantes do Morro do Dendê.

"Nós fomos vítimas de um crime terrível (a execução do major). Era um oficial da minha confiança e temos todo o interesse em apurar o que aconteceu", garantiu Menezes.

Material apreendido dentro do Batalhão da Ilha - Divulgação

O comandante afirmou que a Corregedoria vistoriou a unidade e todos os armários dos policiais, inclusive os dos oficiais. "Nada de irregular foi encontrado", garantiu ele.

O coronel Menezes disse que a ação da Corregedoria não comprometeu o funcionamento do Batalhão, que mantém uma ocupação no Morro do Dendê. O comandante tem convicção de que o assassinato do major Luna Freire está relacionado ao trabalho que ele fazia de repressão à organização criminosa que domina o tráfico na Ilha do Governador.

“Estamos atacando o braço econômico da quadrilha, que são as vans irregulares e a contravenção”, afirmou o coronel Menezes.

Antonio Eugenio de Souza, o Batoré, é o principal suspeito de mandar executar o major Luna Freire. Batoré é homem de confiança de Guarabu.

A PM emitiu a nota abaixo sobre a ação no quartel da Ilha:

"Na manhã desta quinta-feira (29/11), equipes do Estado Maior da Polícia Militar realizaram inspeções de rotina no Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e no 17º BPM (Ilha). Reiteramos que são ações rotineiras aplicadas em todas as unidades e seções da Corporação".

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