Morador Carlos André mostra a situação do Rio Pavuna e o abandono do ecoponto que está destruído  - Luciano Belford/Agência O Dia
Morador Carlos André mostra a situação do Rio Pavuna e o abandono do ecoponto que está destruído Luciano Belford/Agência O Dia
Por Aline Cavalcante

A terceira reportagem da série 'O Dia no seu bairro' mostra como vivem moradores de um dos bairros mais populosos da Zona Norte do Rio, a Pavuna. Enchentes, alagamentos e lixo são problemas crônicos enfrentados constantemente.

Não precisa chover muito para o Rio Pavuna transbordar e as ruas alagarem. "Chove e ficamos ilhados. Já passei por uma enchente e perdi roupas e móveis", relembra Mariana Lobo Machado, que mora na Rua Maria Joaquina. Em 2013, a dona de casa Ana Maria, 67, perdeu a casa. "Tive que fazer empréstimo e até hoje tento me reerguer", diz.

Quando chove, Vander Luiz, 44, não abre a barbearia. "Se chover, nem venho trabalhar porque as ruas ficam intransitáveis. É o maior prejuízo porque deixo de faturar com a loja fechada", reclama.

Quem se arrisca, precisa passar com água na altura do joelho. "A gente precisa sair de casa. Corremos risco de pegar uma doença", reclama Valdinei Pereira, 38.

Nem escolas passam ilesas. "Quando chove muito a escola alaga e não tem aula. Quando chove a gente já fica logo em alerta", contou Ana Paula, 46, mãe de aluno da Escola Municipal Alberto Sampaio.

Para os moradores, falta o poder público dragar o rio e melhorar a coleta de lixo. Os ecopontos onde ficam as barreiras ecológicas, estrutura que impede a chegada do lixo flutuante, estão destruídos.

"Está tudo abandonado. Não fazem dragagem e as barreiras estão enferrujadas, a estrutura está caindo. Atrapalha os catadores de material reciclável", reclama Carlos André, 38. Ele conta ainda que na comunidade Final Feliz, falta saneamento básico e asfalto.

Segundo Vera Maria, 61, e Sulamita Moreira, 41, lazer e cultura deixam a desejar. "Só temos a Arena (Jovelina Pérola Negra) com atividades para as criança e jovens. Quando parou de funcionar porque os funcionários não recebiam, as crianças não tinha opção", disse Vera. "Parece que o poder público não vê a cultura e o lazer como prioridade", lamentou Sulamita.

A segurança preocupa. "Os assaltos são constantes, a gente evita sair de casa com medo", reclama Rosane de Brito, 40.

RESPOSTAS DOS ÓRGÃOS

A Comlurb afirmou que a limpeza e a coleta na Pavuna estão normais e é realizada três vezes por semana. Segundo o órgão, varrição ocorre todos dias e coleta domiciliar é feita três vezes por semana em todo o bairro.

A Secretaria de Conservação e Meio Ambiente informou que capta recursos para construir reservatórios e desassorear trecho do Rio Pavuna-Meriti, onde deságua o Rio Acari. A Secretaria de Cultura informou que o atraso de repasse foi pontual devido à crise financeira no município.

O Inea avisou que não tem previsão para dragagem no Rio Pavuna. Sobre a comunidade Final Feliz, a Secretaria de Infraestrutura e Habitação informou que fiscais farão vistoria para elaborar projeto e atender as demandas.

A PM divulgou que o 41ºBPM (Irajá) atua para prevenir crimes, aumentar a sensação de segurança e reduzir índices criminais e que, segundo a corporação, houve redução de casos de roubo a transeunte (369 em outubro de 2018, contra 374 no mesmo período de 2017).

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