Rodrigo Neves (ao centro) é acusado de corrupção ativa, passiva e peculato pelo Ministério Público Estadual. Foi levado para Benfica - Luciano Belford/ Agência O Dia
Rodrigo Neves (ao centro) é acusado de corrupção ativa, passiva e peculato pelo Ministério Público Estadual. Foi levado para BenficaLuciano Belford/ Agência O Dia
Por O Dia

Rio - Para muitos niteroienses, ao ser preso por aceitar propina dos empresários de ônibus, o prefeito Rodrigo Neves (PDT) passou do ponto. Nesta terça-feira, dia seguinte à prisão, integrantes da sociedade civil protocolaram dois processos pedindo seu impeachment, na Câmara dos Vereadores.

A máquina do governo continuou a se mover. Nesta terça, o prefeito em exercício, vereador Paulo Bagueira (SDD), chegou cedo à sede da prefeitura, fez uma reunião com os secretários para tomar conhecimento do andamento dos principais programas e projetos desenvolvidos por cada pasta.

Bagueira também despachou com assessores e assegurou que todos os serviços prestados à população continuarão funcionando normalmente e os cronogramas de obras e projetos serão cumpridos. A prefeitura depositou ontem, antecipadamente, a segunda parcela do décimo terceiro salário dos servidores municipais.

Uma das poucas a protestar contra a prisão de Neves foi a sua própria esposa. Fernanda Sixel Barreto postou vídeo nas redes sociais afirmando que "a gente está firme com o Rodrigo...a gente está aqui de cabeça erguida". O nome da mulher do prefeito aparece na denúncia do Ministério Público estadual (MP), que culminou com a prisão de Neves; do ex-secretário de Obras e braço direito do prefeito, Domício Mascarenhas de Andrade (operador financeiro do esquema); e dos donos de empresas de ônibus João dos Anjos Silva Soares e João Carlos Félix Teixeira.

A propina de R$ 10,9 milhões, que valeu ao prefeito de Niterói uma passagem só de ida para a cadeia, poderia ter bancado um ano inteiro de viagens para os estudantes, idosos e pessoas com deficiência que utilizam os ônibus municipais. Isso porque, nos últimos cinco anos, a prefeitura de Niterói repassou R$54,9 milhões aos consórcios Transnit e Transoceânico pela gratuidade das passagens, segundo a denúncia do MP. Neves é acusado de atrasar pagamentos para forçar os empresários de ônibus a pagarem a propina de 20% dos valores devidos.

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