O derramamento de óleo destrói ecossistema da Baía de Guanabara - Divulgação
O derramamento de óleo destrói ecossistema da Baía de GuanabaraDivulgação
Por Antonio Puga

Rio - Não bastasse o desastre ecológico causado pelo vazamento de 60 mil litros de óleo dos dutos da Transpetro no Rio Estrela, em Magé, que afetou a área de mangue, ontem técnicos da empresa que fazem a contenção teriam sido ameaçados. As ameaças teriam partido de homens armados com facões.

Em nota, a Transpetro informou que, em função das ameaças aos funcionários, suspendeu os trabalhos e pediu apoio à Polícia Militar e à Marinha para garantir a segurança dos trabalhadores. A empresa também garantiu que se esforça para minimizar os impactos para a população e para o meio ambiente.

O vazamento ocorreu no final de semana passado e teria sido causado por uma quadrilha especializada em roubo de combustíveis dos dutos da Petrobrás. Apesar das barreiras montadas e a sucção do óleo em caminhões-tanques, o problema está longe de ser resolvido.

Segundo Renata Aquino, gestora ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Magé, a destruição causada no ecossistema do manguezal não pode ser medida. Ela lembra que a área vinha se recuperando de um vazamento de óleo da Petrobras em 2000, onde foram plantadas mudas e era feito um trabalho com a fauna.

"Agora temos um novo vazamento. Os caranguejos estão morrendo e mais de 500 pescadores foram afetados pelo desastre. A secretaria vem acompanhando todo o trabalho dos técnicos da Transpetro, mas a prefeitura não descarta entrar com uma ação conjunta com a associação de moradores no Ministério Público Federal. Teremos uma reunião para definir os próximos passos", disse.

Tragédia anunciada

Para o ambientalista e um dos fundadores da organização não governamental Baía Viva, Sérgio Ricardo Lima, o vazamento era uma tragédia anunciada. "Fui testemunha do vazamento de 2000, onde até hoje a Petrobras não ressarciu os pescadores artesanais e os catadores de caranguejo. Novamente acontece outro vazamento. Pelo que fiquei sabendo, foram mais de 60 mil litros de óleo. Isso não pode acontecer. Aquelas pessoas já enfrentam dificuldades, agora a situação ficou muito pior", reclamou.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) disse que acompanha os trabalhos de contenção e recolhimento do petróleo, e os técnicos avaliam os danos ambientais. Somente após a conclusão do levantamento é que o órgão irá estipular a multa.

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