Mc Dedé de Deus (Edyrlande Barreto do Nascimento) - Divulgação
Mc Dedé de Deus (Edyrlande Barreto do Nascimento)Divulgação
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Ele tem 28 anos, deu a volta por cima no mundo das drogas, álcool e prostituição, e já é tido como um fenômeno do chamado funk gospel, pela maneira inusitada de se apresentar: nos vagões de trens da Supervia. Mesmo sem gravadora ou patrocínio, Mc Dedé de Deus, Edyrlande Barreto do Nascimento, é a sensação de boa parte das quase 700 mil pessoas que embarcam diariamente pelas 102 estações espalhadas nos oito ramais da Região Metropolitana, sobretudo os da Baixada Fluminense.

"O Senhor é meu pastor?", pergunta Dedé, no ritmo da música, no final de suas apresentações, quando 'passa o chapéu' para quem quer fazer doações em dinheiro. "E nada me faltará!", respondem, entusiasmados, os passageiros em coro, mesmo no início da manhã, ainda sonolentos, espremidos, indo para o trabalho. 

O cantor gospel conquista fama na internet com v - Divulga

O sucesso, quase milagroso, é atestado pelas redes sociais. Só um dos clipes, intitulado 'O Protegido por Deus', tem mais de 1,7 milhão de visualizações. "O rapaz é um fenômeno. Muito carismático. Passa mensagens de esperança e fé de maneira descontraída, sem ser chato. É incrível", destacou Antônio Carlos da Silva, crítico de música, ao analisar os vídeos, sempre gravados com celulares, no improviso, e postados por camelôs amigos.

Em retribuição, em suas rimas, Dedé recomenda que os viajantes comprem balas, biscoitos e outros produtos dos vendedores no trem, que até formaram um grupo, o 'Dançarinos de Deus'. Os camelôs dançam, em passinhos, enquanto Dedé canta. "É tudo sem ensaio, mas de coração", orgulha-se.

Compositor

Portando apenas uma pequena caixa amplificadora de som, com base no ritmo mais popular entre os cariocas, Dedé de Deus já compôs 11 músicas. "Tenho pelo menos outras 20 sendo aprimoradas", revela o MC, que sonha em gravar um disco. "Vou conseguir levar boas novas ainda mais longe. Percebo sinais", acredita.

Entre os vídeos que viraram febre na internet está o 'Fica fechado com a Bíblia, mas não fica com a Bíblia fechada'. "A letra adverte que não adianta o sujeito ficar com a Escritura Sagrada debaixo do braço, dizendo estar salvo. Se não tiver ações em favor do próximo, de nada adianta", prega o artista, visto quase que diariamente nos ramais de Belford Roxo e Japeri, por exemplo.

"Adoro quando ele vem no meu vagão. É divertido, bem-humorado", escreveu a auxiliar de escritório, Maria Eugênia Fernandes, pelo Facebook.

Moradia em igreja para sair das drogas

Natural de Campos, no Norte Fluminense, Dedé de Deus, que veio para o Rio em 2010, sonhando em ser jogador de futebol, narra sua sofrida trajetória em uma de suas letras.

"Vivia na ilusão. Era droga, bebida e prostituição. Hoje eu vivo pela graça, por meio de Jesus Cristo. Com a vida transformada e sorriso restituído", destaca uma das canções.

Dedé, da Igreja Ovelha Church, de Marechal Hermes, conta que conseguiu sair do vício da maconha, crack e bebidas, graças também ao pastor Maicon Vladimir. "Cheguei a morar numa igreja", lembra.

Ded - Divulga

Além dos trens da Supervia, Dedé também se apresenta no metrô e em ônibus. "O transporte público é meu palco. É nele que estão as pessoas mais sacrificadas, que às vezes só precisam de uma palavra de conforto", justifica Dedé, que vence também o preconceito. "Alguns pensam que funk é coisa do diabo, mas mostro que o que vale é o conteúdo".

"Sou um cara tranquilão e também de atitude, quem não puder ajudar no chapéu, ajuda no YouTube (canal MC Dedé de Deus)", propagandeia, cantando.

Natural de Campos, no Norte Fluminense, Dedé de Deus, que veio para o Rio em 2010, sonhando em ser jogador de futebol, narra sua sofrida trajetória em uma de suas letras.

"Vivia na ilusão. Era droga, bebida e prostituição. Hoje eu vivo pela graça, por meio de Jesus Cristo. Com a vida transformada e sorriso restituído", destaca uma das canções.

Dedé, da Igreja Ovelha Church, de Marechal Hermes, conta que conseguiu sair do vício da maconha, crack e bebidas, graças também ao pastor Maicon Vladimir. "Cheguei a morar numa igreja", lembra.

Além dos trens da Supervia, Dedé também se apresenta no metrô e em ônibus. "O transporte público é meu palco. É nele que estão as pessoas mais sacrificadas, que às vezes só precisam de uma palavra de conforto", justifica Dedé, que vence também o preconceito. "Alguns pensam que funk é coisa do diabo, mas mostro que o que vale é o conteúdo".

"Sou um cara tranquilão e também de atitude, quem não puder ajudar no chapéu, ajuda no YouTube (canal MC Dedé de Deus)", propagandeia, cantando.

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