Débora era dona de quiosque de lanches e uma das vítima da chacina - Reprodução Facebook
Débora era dona de quiosque de lanches e uma das vítima da chacinaReprodução Facebook
Por Adriano Araujo e Rafael Nascimento

Rio - Familiares de algumas das vítimas da chacina ocorrida nos municípios de São Gonçalo e Itaboraí, entre a noite de domingo e madrugada desta segunda-feira, dizem que eles eram trabalhadores e não tinham envolvimento com o crime na região. Três pessoas da mesma família foram mortas dentro de casa, uma delas dormindo. Parentes estiveram na manhã de hoje no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo. Hoje, uma das vítimas internadas no Hospital Alberto Torres não resistiu, subindo para oito o número de mortos na chacina. 

A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) investiga o crime, mas não deu detalhes sobre a investigação. Uma perícia foi realizada no local e diligências estão sendo realizadas. As mortes aconteceram no conjunto BNH, no bairro Marambaia, que fica entre os dois municípios de São Gonçalo e Itaboraí. Testemunhas contam que desde a morte de um PM na semana passada, na mesma região, foram ouvidos boatos de que haveria retaliações.  

As primeiras vítimas morreram em uma vila de casas na Rua da Igualdade, em São Gonçalo. Os homens, encapuzados, gritaram no portão e, quando Rodrigo Avelino Braga, de 38 anos, foi abrir, eles atiraram. Houve correria e tinham várias crianças e mulheres dentro do terreno. Renan Trigueiro de Almeida, 20 anos, tinha acabado de chagar do trabalho, na loja Amigão do Centro da cidade. Ele tentou fugir, mas caiu morto no quintal. Seu primo, Gabriel Trigueiro de Oliveira, 19 anos, morreu enquanto dormia no quarto. Gabriel tinha um filho de oito meses e planejava o aniversário de 1 ano da criança. Já Rodrigo deixa dois filhos, um deles de quatro meses.

Os quatro homens, que chegaram em um carro prata, seguiram pela Rua Isolina Porto Lopes, em Itaboraí, e mataram mais uma pessoa, identificada como Allan Patrick Pinto Vicente, 21. Em seguida atacaram pessoas que estavam em um trailer na Avenida Cabo José Rodrigues, também em Itaboraí. Entre os mortos estão a dona do trailer, Débora Rodrigues Baptista, 46 anos; Hércules de Souza Costa, de 21 anos; e Michael Douglas da Silva Machado, 25 anos. Testemunhas disseram que os homens armados avisaram que iriam matar todos que fossem ligados ao tráfico de drogas. 

A mãe de Hércules disse que ele trabalhava em uma rede de fast food do Shopping São Gonçalo há pouco mais de um ano e que o jovem estava no trailer de Débora bebendo. Janaína Souza conta que o filho morava no terreno da ex-sogra no bairro BNH, a pouco metros de sua casa, há três anos, e sempre ouviu dizer que o local era perigoso, mas nunca houve nada com o filho.

Outras quatro pessoas foram baleadas e foram socorridas no Hospital Estadual Alberto Torres, no Columbandê, em São Gonçalo. A oitava vítima, que morreu no hospital, ainda não foi identificada. Não há informações sobre o estado de saúde dos outros internados.

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