Maxwell, Leandro (de branco) e Carlos Eduardo já estão na prisão - Divulgação
Maxwell, Leandro (de branco) e Carlos Eduardo já estão na prisãoDivulgação
Por Maria Inez Magalhães e Rafael Nascimento

Rio - A Polícia Civil, o Ministério Público e a Secretaria de Administração Penitenciária deflagraram uma megaoperação na manhã desta quinta-feira para prender uma quadrilha de suspeitos que roubam e clonam carros no Rio e Grande Rio. Entre os presos estão dois policiais militares do 41º BPM (Irajá). Até o início da tarde, cinco mandados de prisão foram cumpridos. Apenas uma mulher ainda está foragida. Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Gabriela Diniz Sobrinho é companheira de Leandro Pires dos Santos, apontado como chefe da quadrilha. Ela é suspeita de ser informante do marido, que está preso no Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Ele também foi alvo de mandado de prisão nesta quinta-feira.

O delegado Marcos Amin, titular da Desarme, disse que os veículos eram roubados nas cidades do Rio e da Grande Niterói. "Os carros eram reutilizados por narcotraficantes e marginais, que circulavam de modo camuflado, sem que a polícia pudesse identificá-los”, acrescentou.

No Instituto Penal Vicente Piragibe foram apreendidos 94 celulares, quatro roteadores, uma balança de precisão e grande quantidade de drogas. Os materiais foram encontrados, durante a revista geral, em buracos nas celas. Parte do material apreendido estava escondido na parede da cela de Leandro. 

Material apreendido estava escondido na parede de uma cela do Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde está preso Leandro Pires dos Santos - Divulgação

Buscas foram cumpridas dentro do 41º BPM, onde Alan Dutra Ferreira e Marcos Roberto Santos Lopes trabalhavam. O clonador da quadrilha, Carlos Eduardo Paltrinieri, conhecido como Duda o Bruxo, foi preso no Complexo do Anaia, em São Gonçalo. Maxwell Paes, suspeito de fabricação de placas e tarjetas para inserção nos veículos roubados, foi preso em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Os alvos foram: Gabriela Diniz Sobrinho, Carlos Eduardo Paltrinieri, Maxwell Paes Teófilo e Leandro Pires dos Santos. Apenas a mulher ainda está foragida. De acordo com o delegado Marcus Vinícius Amin, atual titular da Desarme, essa apuração que culminou na ação desta quinta-feira começou ainda no ano passado quando ele ainda era delegado titular da 27 ª DP (Vicente de Carvalho).

"As investigações foram iniciadas na 27ª DP e têm por objetivo desmantelar uma quadrilha de roubo e clonagem de veículos que atua no Rio, Baixada e Grande Niterói", disse Amin. 

Segundo o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, os carros roubados na região de São Gonçalo eram levados para dentro da comunidade do Anaia, onde tinham seus sinais identificadores (placa, chassi, vidro etc) adulterados para, posteriormente, serem revendidos. Um desses veículos clonados foi um Fiat/Toro, que ficou estacionado por vários dias no Shopping Via Brasil, em Irajá, fato que despertou a atenção da equipe de segurança do estabelecimento, que acionou a Polícia Militar. 

Chassis eram colados nos vidros para adulterar os carros - Divulgação

Os PMs presos encontraram Alexander Luciano da Concei - Divulga

Quando os agentes chegaram ao local, encontraram Alexander Luciano da Conceição na posse do veículo clonado. Eles teriam exigido a quantia de R$ 10 mil para liberá-lo. Ao perceberem que a quantia não seria paga naquele momento, Alan e Marcos, além de não efetuarem a prisão de Alexander em flagrante, apreenderam seu aparelho celular, sua Carteira Nacional de Habilitação e as placas frias.

As investigações ainda apontaram que o líder da organização criminosa, o preso Leandro Pires dos Santos, comanda de dentro do Instituto Penal Vicente Piragibe as atividades do grupo.

De acordo com o delegado, os dois PMs caíram em escutas telefônicas extorquindo essa quadrilha. Amim ainda disse que as informações foram repassadas para a Corregedoria da Polícia Militar (CintPM), que ajudou nas investigações e pediu a prisão dos dois agentes. Os policiais militares serão indiciados pela prática dos crimes militares de concussão e peculato. 

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar disse que tem colaborado com os procedimentos investigativos.

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