Ana Paula Barreto mostra a situação em que se encontra o Rio Sarapuí, na altura da Rua Inácio Serra - Fernanda Dias/Agencia O Dia
Ana Paula Barreto mostra a situação em que se encontra o Rio Sarapuí, na altura da Rua Inácio SerraFernanda Dias/Agencia O Dia
Por Aline Cavalcante

Rio - O 'Dia no seu Bairro' esteve na Baixada Fluminense atendendo ao chamado dos moradores da caçulinha da região. Emancipado há apenas 20 anos, o município de Mesquita tem cerca de 171 mil habitantes. Nossa parada foi no bairro da Chatuba, onde problemas como falta de água, rua esburacada e assoreamento de rios fazem parte da rotina.

Com temperaturas acima dos 40°, os cariocas têm passado dias de calor intenso. Esta é uma época agradável para banhos de piscina ou praia. Mas nem tanto para quem tem que enfrentar a falta de água em pleno verão do Rio de Janeiro, situação muito comum para moradores do bairro. "Há duas semanas não cai água, está difícil", contou Brendon Viana, 24, morador da Rua Nossa Senhora do Monte Serrat.

Na mesma rua, Filomena dos Santos, 70, relata como é o dia a dia sem água. "Quem tem bomba divide com os outros vizinhos, a gente tenta se ajudar. Guardo garrafas, galões, baldes e qualquer recipiente onde eu possa armazenar água, já que nunca sabemos quando e se ela vai cair". O filho dela, Adriano Alves, 43, lamenta a situação. "Temos que sofrer carregando baldes e baldes de água. Isso é uma vergonha".

O problema se repete na casa de Iaraci da Silva, 75, que mora na Rua Inácio Serra. "Há anos sofremos com esta situação. O pior é que, apesar de não termos água, a conta continua chegando para nós. É um absurdo, já que temos que gastar dinheiro com carro-pipa".

Quem vive na Rua Tânia precisa desembolsar cerca de R$ 200 para ter água em casa. "Eu junto com outras pessoas que moram no mesmo quintal que eu, e o carro-pipa abastece nossas caixas d'água. Racionando, dá para usar por 15 dias", relatou Bruna Xavier, 22.

Outro grave problema da Rua Inácio Serra é o assoreamento do rio Sarapuí. "É preciso limpar e dragar. Tem muita sujeira, transborda quando chove e alaga a rua espalhando lixo para todo lado. Um dos acessos da rua fica intransitável quando chove e obriga os moradores dar uma volta enorme. "É um incômodo ter que conviver com este mau cheiro", ressaltou Ana Paula Barreto, 29.

Mesmo sendo um bairro bem próximo ao Centro, os moradores da Chatuba acreditam que não são prioridade para a prefeitura. "Não vemos melhorias nenhuma. Minha rua, por exemplo, está toda esburacada e ninguém aparece para resolver. O 'Tapa Buraco' não vem aqui", reclamou Alexandre Teixeira, 40, morador da Rua Marisa.

Em relação à falta de água, a Cedae informou que técnicos farão vistoria no sistema que atende a região, mas não deu prazo para resolver o problema.

Já a Prefeitura de Mesquita, informou que grande parte do lixo encontrado no rio foi arrastada pela correnteza depois das fortes chuvas das últimas semanas e, que, a maioria do entulho vem de outros municípios cujos afluentes decaem sobre o rio Sarapuí. O órgão afirmou ainda que a última limpeza foi feita em novembro do ano passado. Sobre os buracos na Rua Marisa, a prefeitura não se pronunciou.

 

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