O trecho da ciclovia que caiu na Niemeyer - Luciano Belford / Agência O DIA
O trecho da ciclovia que caiu na NiemeyerLuciano Belford / Agência O DIA
Por KARILAYN AREIAS

Rio - A Prefeitura anunciou, na noite desta quinta-feira, que irá fazer um estudo sobre a encosta da Avenida Niemeyer, que desmoronou após o forte temporal que atingiu a cidade do Rio, na noite desta quarta-feira. De acordo com o prefeito Marcelo Crivella, um drone e helicópteros já sobrevoaram a área para capturar as primeiras informações.

A via continua interditada após um ônibus ser atingido pela terra. Duas pessoas morreram e o motorista do veículo ficou ferido no acidente. Ainda não há previsão para liberação das pistas.

"Vivemos uma situação absolutamente inédita. Foi algo extraordinário, uma chuva que a recorrência dela é de 120 anos", comentou Crivella, sobre o episódio. Ainda de acordo com a Prefeitura, foram registradas 224 ocorrências durante o temporal. Dessas, 26 são referentes ao acúmulo de água em via. O número de árvores derrubadas chegou a 186, sendo que 81 já foram removidas. Equipes da Comlurb trabalham nos pontos identificados.

No total, doze pessoas foram socorridas durante a tempestade, sendo que destas seis morreram. "Não há palavras para expressar a nossa dor. Por isso, o município está em luto", disse Crivella.  

Acionamento de sirenes 

Moradores do Vidigal relataram que as sirenes que avisam a comunidade de que é preciso buscar um lugar seguro em caso de chuva forte não foram acionadas. Segundo o superintendente operacional da Defesa Civil, Rodrigo Bissoni, na visão da Defesa Civil, o Vidigal não apresentava um volume pluviométrico para o acionamento do equipamento.  

"As sirenes não foram acionadas, pois na ocasião não havia chovido o suficiente na região. Seguimos um padrão para o acionamento que é de: 55mm por hora, 150 mm em 24 horas e 250 mm em 96 horas", explicou Bissoni.

Crivella também informou que 400 mil SMS foram enviados pela Defesa Civil alertando a população sobre os riscos da chuva forte.

Ciclovia Tim Maia

Um trecho da Ciclovia Tim Maia caiu após o desmoronamento da encosta. Essa é a terceira vez que a obra apresenta problemas. Questionado se a ciclovia será reconstruída ou demolida, Crivella afirmou que a situação da obra está na Justiça e que um estudo também deverá ser realizado.

Ainda de acordo com ele, o concreto cedeu após a terra da encosta pressionar uma adutora da Cedae, ocasionando a queda da via. "Vamos reunir técnicos para um novo parecer e daremos uma posição sobre isso".

Cerca de dois mil funcionários de diferentes órgãos estão nas ruas desde a noite desta quarta para reduzir os impactos provocados pelo temporal quer atingiu a cidade, com ventos que atingiram 110 quilômetros por hora, em Copacabana, bairro onde mais caíram árvores, interditando várias ruas do bairro.

A Ladeira do Leme, que liga o bairro de Botafogo à Copacabana, está fechada desde a madrugada, devido à queda de uma árvore. As equipes do Corpo de Bombeiros e da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) ainda não conseguiram liberar o trecho por causa do trabalho de desinterdição de ruas em Copacabana. O bairro está tomado por árvores arrancadas pela raiz, galhos espalhados e troncos pelo chão.

De acordo com a prefeitura do Rio, mais de 170 árvores caíram na cidade. A Comlurb já retirou 81 delas, que caíram sobre a rede de alta-tensão em diferentes pontos da cidade.

O túnel Zuzu Angel e o Túnel Acústico, na Gávea foram liberados há pouco mais de 2 horas. A via no sentido Lagoa estava fechada desde a noite passada, por causa da queda de uma árvore na entrada da galeria.

A Estrada Grajaú-Jacarepaguá, já está liberada ao tráfego nos dois sentidos. A via esteve fechada por causa da queda de uma árvore, desde o final da noite passada.

Energia

Os bombeiros e as equipes da concessionária de energia Light foram mobilizadas agora à tarde para a Estrada das Canoas, em São Conrado, devido à queda de um poste, que fechou totalmente a pista nos dois sentidos.

A concessionária Light informou que 68 mil pessoas estão sem luz na região do Grande Rio, devido ao temporal das últimas horas. Esse número corresponde a cerca de 2% do total de consumidores da área de atuação da concessionária.

Quiosques na praia

A Orla Rio Concessionária informa que todas as equipes de manutenção estão trabalhando para solucionar os estragos causados pelo temporal desta quarta-feira. Ao todo, 14 quiosques foram danificados, sendo 10 quiosques das praias do Leme e Copacabana e quatro quiosques da Barra da Tijuca, além da sede da concessionária.

Diversos outros quiosques sofreram pequenos danos, como quebra de vidros e avarias provocadas por galhos de árvores e objetos que voaram durante a tempestade.

A concessionária informou que nenhum cliente ou funcionário ficou ferido. Ainda não foi possível contabilizar os prejuízos materiais. A previsão é que os reparos sejam concluídos em cinco dias.

Angra dos Reis

O temporal da noite passada em Angra dos Reis, na Costa Verde, provocou queda de árvores em vários pontos da cidade. Durante a chuva, a equipe da Defesa Civil retirou 11 árvores que causavam riscos de cair sobre residências. Nenhum caso mais grave foi registrado durante a forte chuva das últimas horas.

A Defesa Civil informou que todas as ferramentas de comunicação foram utilizadas: SMS, as sirenes para alertar os moradores de áreas de risco, os institutos meteorológicos e as redes sociais. A Defesa Civil já fez 62 visitas de engenharia, que resultaram na interdição de seis residências em diferentes bairros e de uma rua no Parque Mambucaba, devido ao afundamento da pista.

Os moradores devem ficar atentos para a chuva em Angra para hoje. A previsão da Meteorologia é de tempo nublado a encoberto, com possibilidade de chuva a qualquer hora do dia. A recomendação é que os moradores de áreas próximas a rios, redobrem a atenção. Qualquer anormalidade devem ligar para a Defesa Civil pelos números 199 ou (24) 3365-4588.

Mangaratiba

O prefeito de Mangaratiba, também na Costa Verde, Alan Campos da Costa visitou hoje o Centro de Operações da Defesa Civil, na Praia do Saco, acompanhado do secretário adjunto da pasta, major do Corpo de Bombeiros, Eduardo Carvalho. É de lá que os agentes do órgão conseguem monitorar, por meio dos instrumentos on-line, a quantidade de chuva de cada localidade e assim, saber como proceder em cada situação. As sirenes e as mensagens, tanto do grupo de whatsApp ou SMS, são disparadas da sede do órgão.

Segundo o prefeito, é importante que as pessoas sigam as instruções da Defesa Civil. “Ao receber as orientações é necessário que as famílias que residem nessas áreas de risco saiam das suas casas. Não se esqueçam: o importante é salvar a sua vida”, avaliou Alan Costa.

Região Serrana

A Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias de Petrópolis informou agora à tarde que interditou três imóveis no bairro Alto Independência, em virtude do afundamento da via causado pela chuva da madrugada de hoje no município. Os técnicos também solicitaram que a Secretaria de Obras faça uma canaleta para que a água da chuva não escorra para o local do deslizamento.

Sete pessoas estão desalojadas e foram orientadas a permanecer na casa de parentes. Uma equipe da Secretaria de Assistência Social foi ao local cadastrar as famílias e prestar os atendimentos necessários.

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