Fachada do Hospital Federal de Bonsucesso - Reprodução Internet/ Google Maps
Fachada do Hospital Federal de BonsucessoReprodução Internet/ Google Maps
Por *Natasha Amaral

Rio - O atual gestor da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, Julio Moreira Noronha, rebateu nesta quinta-feira a fala do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que afirmou que uma equipe do governo sofreu ameaças ao visitar o hospital para iniciar um plano de melhoria do atendimento. Bebianno revelou as ameaças em um encontro no Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde, no Centro do Rio. Um vídeo obtido pela Globo News mostrou a fala do ministro e Noronha, que não participou do encontro, falou ao DIA sobre o caso. Paralelamente, o jornal Extra revelou que o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, teria recebido ameaças de milicianos. 

"Bebianno está misturando as estações. A antiga gestora Luana Camargo está ameaçando, eu mesmo fui ameaçado de morte e registrei isso. Na reunião com os representantes dos hospitais ele confundiu as gestões e está querendo jogar a ameaça contra alguém. Estão querendo confundir a opinião pública. Só tem médicos aqui dentro, os milicianos somos nós?", denunciou Julio Noronha.

Questionado sobre a reunião, Noronha foi enfático e disse haver uma distorção dos fatos. "Ficamos sabendo porque fomos citados, eu que sou médico e doutor Baltazar. Eles estão invertendo. O ministro está meio perdido na história, ele não está lidando com marginal, e sim com um médico há mais de 40 anos".

Ainda segundo Noronha, as ameaças recebidas não foram feitas diretamente e ele reiterou que pessoas da última gestão da unidade de saúde seriam os autores. "Recebi um áudio que dizia que queriam me ver morto, enterrado e sepultado. São ameaças veladas porque o deputado federal que 'era dono do hospital' colocou a antiga diretora junto com vários funcionários ligados a ele aqui dentro. Tinha policial, ex-policial, bombeiro, história de grilagem de terras", denuncia.

O médico, que assumiu a gestão da emergência na última semana, afirmou que medidas tomadas para a recuperação não serão eficazes. "Estão querendo realizar renúncia fiscal e consultorias com funcionários dos hospitais de excelência. Isso acontece desde 2011 e nunca resolveu".

Procurada, a assessoria do Ministério da Saúde informou que "o ministro Luiz Henrique Mandetta não sofreu ameaças pessoalmente e por isso não teve mudança no esquema de segurança.  O DIA também tentou contato a Secretaria-Geral da República e Luana Camargo mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes

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