O lateral-direito Samuel Thomas  - Arquivo Pessoal
O lateral-direito Samuel Thomas Arquivo Pessoal
Por Gabriel Sobreira

Rio - “O Samuel não levava isso (futebol) como um trabalho, ele queria brincar de jogar bola”, disse, bastante emocionado, Vinicius de Souza, primo de Samuel Thomas, de 15 anos, uma das 10 vítimas fatais do incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo em Vargem Grande, na manhã de quinta-feira. Souza foi ao Instituto Médico-Legal (IML) de São Cristóvão, na manhã deste sábado, acompanhado do tio do rapaz, Arthur Severiano Rodrigues de Souza, para liberar o corpo do familiar. 

Vascaíno, Arthur usou uma camisa do Flamengo dada de presente por Samuel, como homenagem ao sobrinho. “Ele falava que era 'manto', enfiava no meu corpo, falava:'Toma, tio, o senhor tem que ser Flamengo'”, lembra o tio com a voz embargada. “Hoje deixei de ser Vasco pra ser Flamengo. Provavelmente meu irmãozinho está pra resolver se (o enterro) vai ser em Vila Rosali (São João de Meriti)”, acrescenta Arthur.

Sobre o sobrinho, o tio conta que Samuel Thomas sempre ia para a casa de Laje de Muriaé e que era um bom menino. Vinicius acrescenta: “Samuel gostava muito do Léo Moura, da rapaziada toda que já passou pelo Flamengo. Samuel era um herói, nosso herói, um guerreiro. Ele vai fazer muita falta pra todos nós. Vamos tentar (no IML) agilizar isso (documentos) agora”, torce Vinicius.

Arcadas dentárias

O Flamengo forneceu exames odontológicos para que, através das arcadas dentárias, os corpos, todos carbonizados, pudessem ser identificados. Vitor Isaías e Bernardo Pisetta, ambos de 15 anos, já foram retirados pelos familiares do IML. Com o de Pablo Henrique, o primeiro a deixar o local e reconhecido pela arcada, três já foram levados pelos parentes. Dos quatro reconhecidos oficialmente, só falta o de Arthur Vinicius.

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