Rio - O governador do estado Wilson Witzel usou as redes sociais, na noite desta quarta-feira, para defender a ação da Polícia Militar no Fallet Fogueteiro. De acordo com a Defensoria Pública, 15 suspeitos foram mortos, na última sexta-feira, na comunidade e nos morros do Fallet, Fogueteiro e Prazeres, em Santa Teresa e no Catumbi, na Região Central da cidade. Moradores denunciam que policiais torturaram os suspeitos mesmo após rendição.
"Aproveitei para reafirmar minha confiança na nossa PMERJ e dizer que a ação no Fallet Fogueteiro foi uma ação legítima da polícia para combater narcoterroristas que colocam em risco a vida da nossa população", declarou o governador, que aparece ao lado do Coronel Figueredo, secretário estadual de Polícia Militar do Rio.
Hoje recebi o secretário de @PMERJ, Coronel Figueredo, para tratarmos sobre uma das principais pautas do estado: segurança pública. pic.twitter.com/KhbmldmBfM
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) 13 de fevereiro de 2019
"Não vamos admitir mais qualquer bandido usando arma de fogo de grosso calibre, fuzis, pistolas, granadas, atentando contra nossa sociedade. Parabéns ao Comandante Figueredo", disse acenando para o secretário da PM.
Segundo a Defensoria, sete pessoas foram mortas dentro de uma casa, dois irmãos em outra e outros dois irmãos numa terceira casa, todas no Fallet. Um outro homem foi morto na comunidade do Fogueteiro e mais um nos Prazeres. No domingo, dois foram encontrados na mata. "Quinze pessoas mortas numa operação policial não pode ser comemorado, precisa ser apurado e investigado como foi esse procedimento", declarou o ouvidor da Defensoria, Pedro Strozemberg.
O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Estado vai ouvir ainda nesta semana os comandantes dos batalhões de Choque e do Bope, que participaram da ação. O caso está sob responsabilidade da 23ª Promotoria de Investigação Penal, que está sendo auxiliada pelo Gaesp. O grupo vem recebendo informações, desde sexta-feira, que irão ajudar na investigação sobre a ação da PM.
A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital abriu cinco inquéritos para investigar as mortes nos morros dos Prazeres e Fallet.
A PM informou, na sexta, que o objetivo da operação era a disputa de facções pelo tráfico local e, que a partir de denúncias e informações do Setor de Inteligência, foi feito vasculhamento em alguns pontos da comunidade do Fallet e policiais do BPChq haviam sido recebidos a tiros, o que teria causado confronto.
Aproveitei para reafirmar minha confiança na nossa @PMERJ e dizer que a ação no Fallet Fogueteiro foi uma ação legítima da polícia para combater narcoterroristas que colocam em risco a vida da nossa população.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) 13 de fevereiro de 2019
Parlamentares divergem sobre ação da PM na Alerj
Em seu discurso na Alerj nesta terça-feira, a deputada estadual Renata Souza (Psol), criticou diretamente a proposta do deputado Rodrigo Amorim (PSL) de homenagear os militares envolvidos na operação."Policiais não são justiceiros, são homens do estado a serviço da civilização e não da barbárie. Justiça não pode ser confundida com vingança", disse.
"Uma polícia que mata fora dos limites estabelecidos pelas leis, trai o estado de direito. É preciso concluir as investigações antes de prestar qualquer homenagem. O fato ainda está sendo apurado", explicou Renata.
Amorim propôs uma moção de congratulações e aplausos na Casa para os militares. No ano passado, ainda em campanha eleitoral, o parlamentar quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, que foi executada ao lado do motorista Anderson Gomes em março. O governador do estado Wilson Witzel e o deputado federal Daniel Silveira também participaram do ato em Petrópolis.
"Foi uma ação precisa. Os policiais devolveram a paz ao local", afirmou Amorim. "Eles apreenderam armas e drogas", completou.
Sobre os possíveis abusos da PM, Rodrigo que toda ação é passível de investigação. "Sou um legalista, sou a favor de toda apuração, mas é preciso reconhecer a atividade policial. A polícia sempre terá meu apoio."