Rio - Policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) prenderam, na manhã desta quinta-feira, o motorista de aplicativo C.E.S.A acusado de estuprar uma menina de 15 anos em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O crime aconteceu no início de janeiro, após a jovem fazer uma corrida pela Uber.
O motorista não tem carteira de habilitação, estava cadastrado na empresa com dados de outra pessoa e usava um carro alugado.
Segundo a Polícia Civil, no dia do crime, a adolescente entrou no veículos e fez a viagem normalmente e, no fim do trajeto, ele a impediu de descer do veículo. O acusado, então, a levou para um matagal, onde a violentou.
De acordo com as investigações, apesar dos dados falsos na Uber, a foto no cadastro era verdadeira. Mesmo assim, ele fez mais de mil viagens de outubro do ano passado até agora. "Através de imagens de câmeras de segurança conseguimos identificá-lo e ver o carro em que ele estava", conta o titular da Dacav, o delegado Adilson Palácio. "A vítima prestou depoimento e o reconheceu".
Pai de duas meninas
O motorista que cometeu o crime é pai de duas meninas, uma delas com a mesma idade da vítima, 15 anos. Quando foi preso, em sua residência, também em Bangu, sua mulher ficou bastante impactada com a notícia.
Já a mãe do homem disparou: “Pede desculpas. Você tem uma filha de 15 anos. Como você fez isso?”, disse ela no momento em que viu o filho sendo preso.
De acordo com Palacio, o acusado tem várias passagens pela polícia por crime contra o patrimônio por não devolver os pertences que os passageiros esqueciam no carro. "Ele mandou para a Uber os dados de uma outra pessoa e a foto dele e mesmo assim a Uber o cadastrou, mesmo sabendo que a foto era de um e a documentação, de outro", afirmou o delegado, que questionou. "Como eles (a Uber) inseriram as informações no sistema? Isso é muito sério! Imagina quantos motoristas estão agindo pelo Rio de Janeiro ou Brasil afora".
O dono do carro usado pelo preso será chamado para prestar depoimento. As investigações vão continuar. O delegado acredita que possam haver outras vítimas do motorista.
Uber se posiciona
Procurada pelo DIA, a Uber informou lamentar o crime e disse estar à disposição para colaborar com as investigações; veja o posicionamento da empresa, na íntegra!
A Uber lamenta o crime terrível que foi cometido e se coloca à disposição para colaborar com autoridades no curso das investigações, observada a legislação brasileira aplicável. A empresa repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência. Todas as viagens são registradas por GPS. Isso permite que, em caso de necessidade, nossa equipe especializada possa dar suporte às autoridades, compartilhando informações sobre motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado, além de acionar seguro que cobre despesas médicas em caso de incidentes.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei.
Além disso, a Uber utiliza uma ferramenta de "verificação de identidade em tempo real". De tempos em tempos, o aplicativo pede, aleatoriamente, para que os motoristas parceiros tirem uma selfie antes de aceitar uma viagem ou de ficar on-line, para ajudar a verificar se a pessoa que está usando o aplicativo corresponde àquela da conta que temos no arquivo. Isso ajuda a prevenir fraudes e protege as contas dos condutores de serem comprometidas.