Corpos foram encontrados após policiais militares receberem denúncia anônima - Marcio Mercante / Agência O Dia
Corpos foram encontrados após policiais militares receberem denúncia anônimaMarcio Mercante / Agência O Dia
Por Maria Luisa de Melo

Rio - Os assassinatos de nove jovens em chacina em Nova Iguaçu, na última quarta-feira, podem ter envolvimento de um grupo de milicianos. A informação é do delegado responsável pelas investigações do caso, Daniel Rosa, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). No dia do crime, a principal linha de investigação dos agentes tentava desvendar se as mortes teriam sido provocadas por disputa de facções rivais de traficantes.  

"A certeza que temos até agora é de que foi uma ação orquestrada pelo crime organizado. O Morro São Simão, em Queimados, (onde as vítimas teriam sido sequestradas antes de serem mortas) é dominado por traficantes, mas a região também é alvo de disputa de grupos de milicianos", disse.

Os corpos foram localizados por policiais do 20º BPM (Mesquita), após receberem denúncias anônimas. As primeiras quatro vítimas foram encontradas na Estrada de Adrianópolis, Zona Rural em Nova Iguaçu. Mais adiante, outros quatro corpos foram

localizados na Estrada das Paineiras, na região conhecida como Carlos Sampaio, no mesmo município. E a nona vítima estava a cerca de dois quilômetros do lugar onde as quatro primeiras vítimas foram encontradas, na Estrada da Limeira, no Bairro Jaceruba, também em Nova Iguaçu.

Várias cápsulas de munição já deflagrada foram encontradas no local e entre os mortos há oito homens e uma mulher. Agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foram acionados e realizaram perícia no local.

Segundo o delegado Bruno Cinelli, um dos que investiga o caso, as vítimas são moradoras e frequentadoras do Morro São Simão, em Queimados, comunidade dominada pela facção Comando Vermelho. Mas ainda não há informações se havia envolvimento delas com o tráfico local. Familiares de duas vítimas estiveram no Instituto Médico Legal de Nova Iguaçu para reconhecer os corpos.

Uma das vítimas, identificada pela família como Mateus, tinha completado 18 anos este mês. Ele era morador da Penha, na Zona Norte da cidade.

Também na porta de IML, familiares choravam a morte de Caio, outro jovem morto, reconhecido pela família. Parentes de uma moça desaparecida também aguardaram para reconhecer o corpo levado ao IML.

“Vimos uma foto num grupo de Whatsapp e, com certeza, era ela. Era usuária de droga e não sabíamos onde ela foi pega nem o que aconteceu”, lamentou uma tia da vítima que pediu para não ser identificada. A jovem tinha 20 anos e estava fora de casa há alguns dias.

As nove vítimas não tiveram identificação oficial divulgada pela Polícia Civil até o momento.

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