
Rio - O zelador do prédio onde Elaine Caparroz foi agredida prestou depoimento, na manhã desta quarta-feira, na 16ª DP (Barra da Tijuca), Zona Oeste do Rio. Juciley de Souza contou que rendeu o agressor, Vinícius Serra, e prestou os primeiros socorros à vítima. O estudante de direito está preso por tentativa de feminicídio.
De acordo com Juciley, ele fazia uma ronda habitual pelo prédio durante o horário entre 3h30 e 4h, na madrugada de sábado, quando escutou os gritos de Elaine."Primeiro apertei a campainha e nada de atender. Então comecei a bater na porta muito forte, então ela parou de pedir socorro. A minha intenção era quebrar a porta. Mas eu desci e chamei a polícia", relatou.
No retorno ao apartamento de Elaine, o funcionário encontrou Vinícius, com quem a paisagista havia se encontrado pela primeira vez na noite anterior. O estudante estava com a roupa suja de sangue, segundo o zelador. "Eu rendi e mandei ele sentar e aguardar a chegada da polícia", afirmou.
De acordo com Juciley, quando ele entrou no imóvel, ele já estava acompanhado por um policial e se chocou com o estado da empresária. "O apartamento ficou totalmente destruído. Tinha sangue nas paredes, no banheiro. Ela estava com uma parte do corpo para o quarto e outra para o banheiro", contou. Elaine, segundo o zelador, estava consciente, porém, muito machucada.
"Se eu demoro mais 10 ou 15 minutos, acho que ela não estaria mais viva não. Porque se o socorro demorasse mais um pouco ela não estaria viva", completou Juciley.
A expectativa da Polícia Civil é ouvir o depoimento de Elaine, que foi internada no CTI do Hospital Casa de Portugal, que fica no Rio Comprido, na Zona Norte. Na segunda-feira, a paisagista apresentou melhora e foi encaminhada para o quarto.
Intimados para depor nesta terça-feira na distrital da Barra, os pais de Vinícius não compareceram e um novo depoimento deverá ser marcado. A delegada Adriana Belém, responsável pelas investigações, pretender traçar um perfil do estudante, que tem em seu histórico agressões contra o pai e o irmão deficiente.
A defesa de Vinícius alega que ele teve um surto psicótico, mas a polícia não acredita nessa versão. A Justiça do Rio pediu para que o estudante de direito seja encaminhado para uma avaliação psicológica.