Governador Witzel assinou ontem decreto que reajusta o RAS - Luciano Belford / Agência O Dia
Governador Witzel assinou ontem decreto que reajusta o RASLuciano Belford / Agência O Dia
Por ADRIANO ARAÚJO

Rio - Após a declaração do prefeito Marcelo Crivella em que ele afirma que policiais "sobem o morro para pegar arrego", o governador do Rio, Wilson Witzel, pode reavaliar a decisão de retirar os policiais militares cedidos para a segurança do prefeito. Em agenda oficial, Witzel disse, no entanto, que 'se você não acredita em uma instituição, ela não pode estar ao seu lado'.

Segundo o governador, o secretário da Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo de Lacerda vai reavaliar o ofício, publicado em diário oficial nesta quinta-feira, que determina que os policiais regressem. "É preciso que as instituições se respeitem. Declarações como essa não ajudam na evolução do estado democrático de direito", explicou.

Crivella ligou para ele na manhã desta quinta-feira, para explicar o contexto da fala sobre a PM e Witzel disse que viu o vídeo publicado nas redes sociais do prefeito. 

"Eu recebi um vídeo em ele faz uma retratação pública da nossa Polícia Militar. Vou comunicar aos parlamentares que se sentiram muito ofendidos com a declaração, temos vários originados da PM", disse o governador.

Witzel ainda explicou o motivo de ter retirado cerca de 27 policiais da segurança do prefeito. "A questão é simples: a Polícia Militar tem que ter credibilidade como um todo. Se você não acredita em uma instituição, ela não pode estar ao seu lado. Ela faz serviço nas ruas para a população, está carente de policiais. Nós entendemos que era o caso de retornarem para fazer o trabalho de rua. Agora estou conversando com ele a possibilidade de reverter essa decisão, diante da retratação do prefeito Crivella", falou.

Apesar da retratação pública, Witzel não gostou da declaração dada pelo prefeito. Segundo o governador, a fala é inadequada e desrespeita uma instituição séria, com mais de 35 mil homens, que trabalha enfrentando o crime organizado.

"Quando eu digo quem é corrupto dou nome, CPF e encaminho para o Ministério Público ou para a polícia investigar. Não faço acusação genérica. Não admito qualquer declaração vazia", criticou.

Em nota, a assessoria da Prefeitura confirmou a conversa entre Crivella e Witzel. Leia trecho da nota: "Crivella explicou ao governador que sua fala a respeito da Polícia Militar foi usada fora de contexto. O prefeito reafirmou seu respeito pela PM do Estado do Rio".

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