Governador Wilson Witzel comentou a proposta de Crivella após participar de evento no Museu do Amanhã - Carlos Magno/ Divulgação
Governador Wilson Witzel comentou a proposta de Crivella após participar de evento no Museu do AmanhãCarlos Magno/ Divulgação
Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - O governador Wilson Witzel (PSC) descartou, nesta segunda-feira, a possibilidade de o Governo do Estado reassumir a administração dos hospitais municipalizados Rocha Faria, Albert Schweitzer e Pedro II, todos localizados na Zona Oeste da capital. No início deste mês, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), disse que aceitaria negociar o repasse da gestão do sambódromo para o estado, mas ressaltou o desejo de devolver as três unidades de saúde.

Questionado sobre a proposta de Crivella na saída de um evento no Museu do Amanhã, na Região Portuária do Rio, Witzel foi categórico: "De jeito nenhum". Em nota, a assessoria de imprensa do governador esclareceu que os hospitais em questão "são de atenção básica à saúde, responsabilidade do município".

A equipe de Witzel explicou ainda que a proposta de retomada do sambódromo pelo estado independe da devolução dos hospitais e que o governador apresentará um plano sobre a Marquês de Sapucaí à prefeitura em momento oportuno. Já a prefeitura não quis comentar a declaração do governador.

Seminário debate corrupção

Nesta manhã, Wilson Witzon e Marcelo Crivella participaram da abertura do seminário Transparência e Combate à Corrupção, no Museu do Amanhã. Organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o evento tem como objetivo intensificar a discussão sobre o tema, assim como validar experiências internacionais no contexto atual do Brasil. Ao destacar que o crime de corrupção deve ser duramente combatido, Witzel ressaltou que o governo trabalha para reconstruir o estado fluminense de forma ética e transparente.

"A corrupção tem atingido as instituições democráticas e, em especial, a instituição política. Nosso país passou por momentos difíceis, mas está conseguindo demonstrar ao mundo que tem um Poder Judiciário eficiente e que tem um Poder Executivo que se reconstrói através das urnas com o compromisso de reerguer seus estados. Aqui no Rio de Janeiro temos a missão de reconstruir um estado devastado pela corrupção. Parabenizo a realização deste seminário e tenho certeza de que daqui sairão mais propostas e aperfeiçoamentos dos mecanismos de combate à corrupção", disse o governador.

Witzel também comentou que a Controladoria Geral do Estado apresentará, em breve, um projeto de implantação de medidas de combate à corrupção. Entre elas, teste de integridade e a verificação de sinais exteriores de riqueza de servidores. Ele lembrou ainda a criação do Departamento de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro pela Secretaria de Polícia Civil.

"A Polícia Civil montou o maior departamento de combate à lavagem de dinheiro e crime organizado que um estado poderia ter. A polícia em nenhum momento pode estar enfraquecida, ela precisa agir com independência, estar preparada e com capacidade operacional e meios para avaliar todos os elementos que chegam e, assim, combater o crime organizado em toda a sua plenitude", afirmou o governador.

Crivella ressaltou que o Rio foi o epicentro de um processo de corrupção que culminou em uma crise financeira sem precedentes - Edvaldo Reis/Prefeitura do Rio/ Divulgação

Em seu discurso, o prefeito ressaltou que o Rio foi o epicentro de um processo de corrupção, que culminou numa crise financeira sem precedentes no estado. "Somos vítimas de um processo de corrupção. Tivemos líderes políticos condenados a longas sentenças, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e até mesmo na força policial, graças a Deus uma minoria (envolvida em corrupção) em todos esses setores. É muito importante para corrigir nosso destino que as medidas sejam tomadas com extremo equilíbrio, para que não haja injustiças", destacou Crivella, lembrando que, por conta da crise, a cidade perdeu 350 mil empregos entre 2015 e 2018.

A abertura do seminário contou ainda com a presença de autoridades como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, do corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

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