Instituto Nacional de Câncer Jose Alencar Gomes da Silva - Ministério da Saúde - Local: Praça da Cruz Vermelha - Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia - Daniel Castelo Branco
Instituto Nacional de Câncer Jose Alencar Gomes da Silva - Ministério da Saúde - Local: Praça da Cruz Vermelha - Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O DiaDaniel Castelo Branco
Por *Rachel Siston

Rio - A falta de profissionais de radiologia tem reduzido o número de atendimento de pacientes no Instituto Nacional do Câncer (Inca). A denúncia é do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do Rio de Janeiro (CRTR-RJ). A estimativa é que, diariamente, 20 pessoas deixam de ser atendidas no horário noturno nas unidades da Praça da Cruz Vermelha, no Centro, e em Vila Isabel, na Zona Norte. O efeito é o atraso no início do tratamento para quem espera na fila do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg).

"A ausência de profissionais vem impactando diretamente a fila de espera. Automaticamente, retarda o início do tratamento do câncer para muitos pacientes, o que acaba impactando, com certeza, na sobrevida dos atendidos", afirmou o presidente do CRTR-RJ, Marcello Carlos.

Funcionários da unidade, que pediram anonimato, confirmaram que devido à falta de técnicos de radiologia no período noturno — 17h às 22h —, algumas máquinas de radioterapia (TH-C e TH-X) não estão sendo utilizadas. Os aceleradores lineares, por sua vez, estão funcionando abaixo da capacidade.

"Cada sessão de radioterapia dura 15 minutos. Ou seja, a cada uma hora quatro pacientes recebem o tratamento. Com a falta de técnicos, 20 pacientes ficam sem a radioterapia por dia no turno da noite", informou um técnico, que pediu para não ser identificado.

Com a falta de profissionais, os pacientes sofrem com a demora no atendimento. Na unidade HC-III do Inca, em Vila Isabel, a professora Thaís Jesus, de 30 anos, conta que fez uma mastectomia há oito meses e precisava realizar sessões de radioterapia em até seis meses depois da cirurgia. Porém, até agora não conseguiu fazer nenhuma.

"Já tem oito meses que fui operada, mas ainda não teve vaga porque o aparelho quebrou. Tenho dificuldade de vaga por falta de profissional para atender os pacientes. Quase nunca tem vaga. Eu estou desde o ano passado tentando aconselhamento genético e a radioterapia", reclamou a professora.

Por meio de nota, o Inca informou que "continua oferecendo o tratamento de radioterapia no HC-I, na Praça da Cruz Vermelha, no turno da noite" e que "um aparelho (modelo Theratron 780c/thx) foi desativado por estar fora de condições operacionais, em estado obsoleto e sem possibilidade de reparo". O instituto também garantiu que "tomou providências e uma nova máquina já está em processo de aquisição". No comunicado, o Inca completa: "Estamos operando com quatro equipamentos no HC-I e um no HC-III com sua total capacidade".

*Estagiária sob supervisão de Clarissa Monteagudo 

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