Advogados da família de Flordelis acompanharam os depoimentos -  Cléber Mendes
Advogados da família de Flordelis acompanharam os depoimentos Cléber Mendes
Por BRUNA FANTTI e RAFAEL NASCIMENTO
Flávio dos Santos, filho da deputada federal Flordelis (PSD), teria feito treinamento de tiro em um clube de Niterói, em outubro passado, segundo fontes da Polícia Civil. Depois, teria tentado obter licença do Exército para comprar uma arma como colecionador. A autorização, entretanto, foi negada pelo Exército. A defesa de Flávio esteve ontem na sede da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí(DHNSG) e negou que ele tenha confessado que matou o pastor Anderson do Carmo. O advogado Anderson Rollemberg afirma que vai pedir à Justiça a anulação do depoimento tomado no último domingo, já que não foi acompanhado por nenhum representante legal de Flávio.
“Ele nega que tenha realizado um segundo depoimento no qual tenha feito alguma confissão. Se existir algum depoimento, seja por escrito ou em vídeo, iremos sustentar que é inidôneo”, disse Rollemberg.
Ontem, a parlamentar chegou para prestar depoimento na sede da DHNSG, às 13h, e até o fim da noite permanecia na delegacia. Mais de 20 pessoas já foram ouvidas pelos investigadores. Há questões ainda sem respostas: onde estão os celulares de Flávio e do pastor e, principalmente, a motivação do crime.
De acordo com a chefe da investigação, delegada Barbara Lomba, Flávio confessou que comprou a arma dois dias antes do crime e que fez sozinho os disparos que vitimaram seu padrasto. A confissão surgiu após a polícia encontrar uma pistola 9mm em seu quarto, na terça-feira.
A delegada afirma que a arma encontrada é a utilizada no crime, mas aguarda a perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
Mais cedo, outro defensor de Flávio, Maurício Mayr, afirmou que irá pedir a transferência de seu cliente, alegando que as condições na delegacia são insalubres. “Meu cliente está sem tomar banho há quase uma semana, almoça e só tem outra refeição às 18h”, disse o advogado.
Segundo Mayr, ele não teve acesso aos autos e não soube afirmar se o seu cliente realmente confessou ter atirado. “Muito foi veiculado e não sabemos se é verdade. Só com os autos vou saber”, afirmou o defensor.