Paraty - Divulgação
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Por O Dia
Rio - Paraty e Ilha Grande, na Costa Verde, poderão se tornar patrimônio mundial pelo Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Entre o próximo domingo ao dia 10 de julho, em Baku, no Azerbaijão, os integrantes da comissão irão decidir se o sítio será inscrito na lista. Se aprovado, o local será considerado o primeiro sítio misto do Brasil

Serão analisados 28 pedidos de reconhecimento de sítios mundiais, sendo dois sítios mistos, ou seja, locais que reconhecidos ao mesmo tempo como Patrimônio Cultural e Natural Mundial. Além de Paraty e Ilha Grande, que podem se tornar o primeiro sítio misto brasileiro, o outro candidato é a região do Lago de Ocrida, na Albânia-Macedônia. De 1.092 bens inscritos da Lista do Patrimônio Mundial, apenas 38 são mistos.

“A região já atrai muitos visitantes, por sua natureza exuberante e efervescência cultural. Agora estaremos sob os holofotes do turismo mundial. O Brasil terá 22 bens brasileiros reconhecidos como Patrimônio Mundial. É um país continental com uma grandiosa diversidade cultural, o que demonstra a importância e potência desse território para compreensão da trajetória humana no planeta Terra”, celebra a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa.

Se aprovado, Paraty e Ilha Grande será o 22º bem brasileiro a levar o título da Unesco. Atualmente, há 14 sítios inscritos como Patrimônio Mundial Cultural e 7 bens do Patrimônio Mundial Natural, no Brasil.

O sítio misto abrange um território de quase 149 mil hectares, em que o centro histórico se cerca de quatro áreas de conservação ambiental. Ali estão o Parque Nacional da Serra da Bocaina; o Parque Estadual da Ilha Grande; a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu. Desde a Baía da Ilha Grande, são 187 ilhas, muitas cobertas de vegetação primária. Nesse extenso território, encontra-se um sistema cultural baseado nas comunidades tradicionais onde vemos estreita relação entre cultura e biodiversidade.

A delegação brasileira em Baku é composta pelo secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania Henrique Pires, a presidente do Iphan Kátia Bogéa, o diretor de Cooperação e Fomento do Iphan Marcelo Brito, o assessor Adam Muniz, a assessora internacional do Ministério da Cidadania Juliana Santini de Oliveira, o prefeito de Paraty em exercício Valceni da Silva Teixeira, o prefeito de Angra dos Reis Fernando Jordão, a secretária de Cultura de Paraty Cristina Maseda, o secretário executivo de governo de Paraty Jose Antonio Garrido, o secretário de ambiente de Paraty Fabricio Soares, o diretor do Instituto Municipal do Ambiente de Angra dos Reis Mario Sérgio Reis e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Angra João Carlos Rabello.

Candidatura em parceria

A candidatura de Paraty e Ilha Grande é fruto de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, Iphan, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Prefeituras Municipais de Paraty, de Angra dos Reis e Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Instituto Histórico e Artístico de Paraty (IHAP), Fórum das Comunidades Tradicionais e Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, os órgãos responsáveis estão construindo, em conjunto, um plano de gestão compartilhada do sítio, envolvendo diversas representações locais.

O Brasil é membro do Comitê do Patrimônio Mundial e tem direito a voto. Participam também Angola, Austrália, Azerbaijão, Bahrein, Bósnia e Herzegovina, Burkina Faso, China, Cuba, Guatemala, Hungria, Indonésia, Kuwait, Quirguistão, Noruega, Saint Kitts e Nevis, Espanha, Tunísia, Uganda, Tanzânia e Zimbabwe.
Conheça o sítio misto

Serra da Bocaina: ali se pode percorrer parte do Caminho do Ouro, observar a rica biodiversidade e apreciar a vista da baía da Ilha Grande a partir da Pedra da Macela;

Parque Estadual da Ilha Grande: encontra-se uma variedade de oficinas líticas, vestígios de indígenas pré-históricos, que usavam rochas para polir e afiar seus instrumentos de pedra;

Reserva Biológica da Praia do Sul: tem sua paisagem marcada pela tradicional canoa caiçara e praias bem preservadas;

Área de Proteção Ambiental de Cairuçu: tem como principais atrativos praias e ilhas, o Saco do Mamanguá, cultura caiçara quilombola e indígena, além do sítio histórico de Paraty-Mirim;

Centro Histórico de Paraty: palco de muitos festejos tradicionais, como a Festa do Divino Espírito Santo;

Morro da Vila Velha: onde fica o forte e Museu do Defensor Perpétuo.