O carnaval de 2020 da Série A, que terá a Imperatriz Leopoldinense, poderá acontecer com portões da Sapucaí abertos ao público - Fernando Grilli | Riotur
O carnaval de 2020 da Série A, que terá a Imperatriz Leopoldinense, poderá acontecer com portões da Sapucaí abertos ao públicoFernando Grilli | Riotur
Por O Dia
Foi mantida a virada de mesa da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), que suspendeu o rebaixamento da Imperatriz Leopoldinense, penúltima colocada do Grupo Especial, no Carnaval 2019. A decisão foi tomada ontem durante reunião na sede da entidade, no Centro do Rio. O encontro tinha o objetivo de aprovar a ata da assembleia geral realizada no dia 4 de junho, quando ficou confirmada a virada de mesa. Mas havia a possibilidade de agremiações mudarem de voto. Essa foi a terceira vez consecutiva que o regulamento do carnaval foi descumprido.
A permanência da Imperatriz havia ocorrido sob aprovação de Grande Rio, Unidos da Tijuca, União da Ilha, Mocidade, Salgueiro, São Clemente, Paraíso do Tuiuti e Estácio de Sá. Já Mangueira, Portela, BeijaFlor, Viradouro e Vila Isabel tinham votado contra a virada de mesa. O presidente da entidade, Jorge Castanheira, reafirmou a sua renúncia, por descontentamento com a decisão. Ele ocupou o cargo por mais de 20 anos.
“Não temos uma definição (sobre o resultado do Carnaval 2019). Continua o processo jurídico e que vai atrapalhar o processo de execução do carnaval de 2020. Por isso, solicitei entrar com a minha carta de renúncia. Tem um prazo de 30 dias para que eu esteja à frente da Liga. Não vejo nesse momento condições técnicas de seguir pela desagregação que está havendo no carnaval e não gostaria de ver a Liga completar 35 anos, em julho, e ter atitude contrária ao propósito que foi fundada essa casa”. O vice-presidente da Mocidade, Rodrigo Pacheco, é apontado dos bastidores como o sucessor. A informação, porém, não foi confirmada pelo dirigente.
Castanheira informa que ainda esta semana irá cumprir os trâmites do termo de ajustamento com o Ministério Público e apresentará a ata que decidiu pelo não rebaixamento da Imperatriz. Durante essa semana, alguns dirigentes chegaram a admitir que poderiam mudar seus votos. Entre eles, Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, uma das oito que tinham votado a favor da Imperatriz no Grupo Especial: “Havia decido com a maioria”, justificou.
Ontem, Horta enviou um representante ao encontro na Liesa e um ofício informando a sua decisão. Também demonstraram interesse em mudar de voto a União da Ilha e o Paraíso do Tuiuti. “É uma questão jurídica (o rebaixamento ou não da Imperatriz). Houve a desistência de três agremiações. Elas solicitaram que os votos fosse alterados em razão da repercussão. Temos que analisar como será isso na prática e ver o posicionamento do Ministério Público. Dependemos de prazo e de um edital específico para convocar nova assembleia. Vou verificar isso com o nosso departamento jurídico”, afirmou Castanheira. Na tarde de ontem, a Imperatriz enviou uma notificação extrajudicial à Liesa sobre a possibilidade da “desvirada de mesa”. A agremiação tentava impedir que a mudança no resultado fosse revertida. O argumento era que o rebaixamento só pode ocorrer diante da convocação de uma nova assembleia geral da Liga. Ontem houve um encontro para tratar de assuntos ordinários.
Do ponto de vista jurídico, a Imperatriz Leopoldinense seguia rebaixada à Série A no Carnaval 2020, mesmo com a plenária que salvou a Verde e Branca de mais um descenço. Isso porque a ata da reunião não havia sido assinada e juridicamente a reunião não tinha valor. De acordo com o promotor responsável pelo caso, Rodrigo Terra, o Ministério Público deu 15 dias à Liesa para formalizar a reunião (e desta forma executar a dívida de R$ 750 mil).
Caso contrário, sem a homologação da reunião, não haveria multa e a Imperatriz seguirá rebaixada.
“Com a permanência da Imperatriz na elite, vamos mover ação para suspender
a assembleia que decidiu isso pelo descumprimento das regras”, informou Terra.

Sambódromo pode ser privatizado
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciou ontem que o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí pode ser privatizado. De acordo com Crivella, o município e o governo do estado estudam uma parceria para viabilizar o projeto. O governador Wilson Witzel participou do anúncio.
Segundo Witzel, as equipes das administrações estadual e municipal estudam um novo modelo para o espaço. Eles, porém, não detalharam como seria feita a privatização do Carnaval. “Vamos fazer o Sambódromo juntos. Este ano, nós já trabalhamos conjuntamente. Conseguimos incentivos, através da Light, de R$ 25 milhões para o Carnaval.
Há um acordo entre nós de que o Sambódromo precisa da iniciativa privada. Vamos encontrar um modelo, um novo modelo para eventos acontecerem ao longo do ano”, explicou Witzel. Crivella disse que não tem a intenção de descaracterizar o Carnaval: “Queremos que ele seja sempre a festa popular que é, e que traga muitos turistas para o Rio de Janeiro”. No Carnaval deste ano, Witzel disse que pensava em retomar o Sambódromo. Crivella afirmou que poderia discutir com o governador a cessão do espaço, mas que queria incluir no pacote de negociações a devolução de hospitais que foram municipalizados.