Arcos da Lapa na década de 1950 e nos tempos atuais - Luciano Belford/Agência O Dia
Arcos da Lapa na década de 1950 e nos tempos atuaisLuciano Belford/Agência O Dia
Por O Dia
Rio - O grito de nascimento do Jornal O DIA foi dado nas primeiras horas do dia 5 de junho de 1951, quando os jornaleiros anunciaram a sua primeira edição nas ruas do Rio. O caderno único de oito páginas, compacto e leve, anunciava problemas que parecem persistir até hoje para a população. “Roncando de olhos abertos: a tragédia de um povo que só tem existido para sofrer e pagar impostos”.
O Rio do começo da década de 1950 mantinha aspectos herdados do Império e da República Velha. Túneis, viadutos e elevados, a Linha Vermelha e a Linha Amarela, esboçados nos planos viários, ainda estavam parados nos arquivos da Prefeitura. Com pouco mais de 2 milhões de habitantes na época, o Rio ainda vivia a euforia econômica do pós-guerra, sob o regime democrático da Constituição liberal de 1946. E, mesmo sem autonomia política por ser o Distrito Federal, a cidade era a sede do centro administrativo, cultural e social do país.
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Palco das grandes decisões políticas e militares na época, o Rio assistia aos acontecimentos da história refletidos nas páginas dos seus jornais. Cerca de 20 matutinos e vespertinos eram vendidos nas bancas. O sistema de assinaturas, com entrega a domicílio, era restrito. Uma legislação especial impedia que os vespertinos circulassem antes das 11h. Com as dificuldades de distribuição à tarde por causa do trânsito, a lei foi revogada. E, aos poucos, todos os jornais passaram a ser vendidos pelas manhãs. O surgimento do jornal só foi possível graças ao aproveitamento da estrutura já montada do vespertino A Notícia, adquirido pelo então governador de São Paulo, Ademar de Barros, um ano antes do lançamento de O DIA.