A microempreendedora Maria Santana dos Santos, de 57 anos, levou quase dez horas para ser atendida - Gilvan de Souza / Agencia O Dia
A microempreendedora Maria Santana dos Santos, de 57 anos, levou quase dez horas para ser atendidaGilvan de Souza / Agencia O Dia
Por Felipe Rebouças*

Rio - O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) vai realizar ainda nesta semana uma fiscalização no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). O objetivo é apurar a falta de médicos no atendimento da emergência nos últimos dias, entre outras irregularidades. De acordo com a entidade, nos últimos meses, a unidade tem oferecido serviço abaixo da demanda.

Segundo o presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano, além da fiscalização desta semana, a entidade pretende se reunir com o diretor do Hospital Federal de Bonsucesso. "Chamaremos o diretor da unidade para uma reunião e verificar o que está acontecendo, quais são os problemas. Levando em consideração o que for apresentado, o conselho irá agir para tentar ajudar a solucionar as demandas. O hospital é geograficamente muito importante, fazendo atendimentos até de pessoas vindas da Baixada Fluminense, que chegam mais rápido na unidade do que no Souza Aguiar e, por isso, não pode ficar com a emergência fechada", disse.

Ontem, Maria Santana dos Santos, de 57 anos, levou quase dez horas para ser atendida. Na companhia dos familiares, a microempreendedora, que fez cirurgia para retirada de um tumor no cérebro no dia 5 de maio, no próprio Hospital Federal de Bonsucesso, se dirigiu pela manhã à unidade para drenar líquidos acumulados na região do corte. Ao chegar à emergência da unidade, por volta das 8h, a filha da paciente, Elena dos Santos, recebeu a notícia de que não havia médicos. "Eu ouvi da recepcionista do hospital que domingo não era dia para procurar atendimento, que eu voltasse durante a semana", contou Helena.

Moradora de Campo Grande, na Zona Oeste, a microempreendedora realizou o mesmo procedimento na última terça-feira e não teve problemas no atendimento. Ontem, no entanto, sofreu para ser atendida. Depois voltar para casa, somente às 16h50 é que a filha recebeu ligação do Hospital Federal de Bonsucesso. "Só à tarde é que disseram que o médico finalmente havia chegado", disse Elena.

*Estagiário sob supervisão de Luiz Almeida

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