A blogueira Jenniffer Haddad foi ao mercado popular e escolheu modelos de nylon. Ela aprovou a medida que favorece o meio ambiente - fotos Gilvan de Souza
A blogueira Jenniffer Haddad foi ao mercado popular e escolheu modelos de nylon. Ela aprovou a medida que favorece o meio ambientefotos Gilvan de Souza
Por *Luana Dandara

Rio - Seis dias após a proibição da distribuição de sacolas plásticas nos supermercados, os cariocas ainda se adaptam a nova lei e procuram alternativas para levarem as mercadorias. No mercado popular da Saara, a corrida para a compra de sacolas reutilizáveis já começou e o comércio fatura com a nova moda sustentável, oferecendo diversas opções de cores, materiais e preços.

Na Rua da Alfândega, a loja Studio271 dobrou a produção de bolsas de lona e variou as estampas para atrair consumidores. Também há opções de bolsas de garrafa pet recicláveis, a partir de R$ 9,99. "A procura está sendo gradativa, cada dia tem mais clientes comprando as bolsas para levar para o mercado. Muita gente não levou fé que ia acontecer a proibição", contou Gabriella Acioli, 42, dona do estabelecimento.

Os amigos Elice Martins, 34, e Gilberto Freitas, 42, aprovaram a nova regulamentação e foram adquirir sacolas de lona. "Já tínhamos o costume de usar, mas com a lei viemos comprar mais opções de tamanho. Particularmente, gosto das estampas, torna a bolsa mais estilosa", afirmou Elice.

A loja Bijuterias 108, por sua vez, apostou nas sacolas de plástico retornáveis, que suportam até 15kg, dependendo do tamanho. Os preços também saem mais em conta: a partir de R$ 5,90. "Depois que a proibição, foi anunciado que as vendas dessa sacola aumentaram até 30%. Achei positivo tanto para nós comerciantes como para o meio ambiente", pontuou a vendedora Janaína Pereira, 39.

Aprovada nas ruas

Publicada no ano passado, mas em vigor desde a quarta-feira passada (26), a Lei Estadual 8.006/18 determina que nos próximos seis meses, as redes de supermercado devem disponibilizar, gratuitamente, duas sacolas plásticas reutilizáveis aos clientes. Após esse período, as sacolas poderão ser vendidas a preço de custo (cerca de R$ 0,08).

Nas ruas, a medida só teve elogios, como da aposentada Isa Campos, 69, que já circulava pelo Centro com uma sacola biodegradável rosa. "Sempre prefiro usar itens retornáveis, já tenho várias bolsas do tipo. A lei é ótima, porque as pessoas não têm cuidado nem consciência com a natureza".

"Até acho mais prática a sacola sustentável, as de mercado eram fracas e geravam muito lixo. Gostei da novidade", disse a blogueira Jeniffer Haddad, 25, que adquiriu sacola de nylon por R$ 19,90 na loja Sorria. "O preço é justo por conta da durabilidade", acrescentou ela.

Deputado pretende criar novas leis

Autor da lei aprovada, o deputado Carlos Minc (PSB), defendeu que esse é apenas o primeiro passo de outros projetos que estão por vir. "Quem quer resolver tudo ao mesmo tempo, não resolve nada. O objetivo não é fazer ninguém comprar sacola, mas, sim, conscientizar a população do uso de bolsas reutilizáveis, como acontece em países desenvolvidos", disse.

Segundo Minc, também está sendo ponderada a proibição de embalagens plásticas de alimentos, como arroz e açúcar. "Como grande parte desses produtos são embalados ou produzidos em outros estados é preciso articular para uma lei federal", considerou. Sobre as sacolas para lixo, o deputado explicou que as sacolas cinzas, vendidas nos mercados com a nova regulamentação, são boa opção. "São feitas com mais de 51% de material renovável, como cana e milho, mais resistentes e não afetam o clima. Mas é também preciso reduzir nossa produção de lixo", afirmou.

*Sob supervisão de Clarissa Monteagudo

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