VLT opera de maneira parcial - Fernanda Dias / Arquivo / Agência O DIA
VLT opera de maneira parcialFernanda Dias / Arquivo / Agência O DIA
Por RENAN SCHUINDT
Rio - A Prefeitura do Rio cogita abrir uma nova licitação para que outra empresa opere o serviço do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Apesar do déficit médio de passageiros chegar a 180 mil usuários, pode haver um interesse da CCR em adquirir a gestão total. A empresa detém 25% do contrato do VLT. Ainda não há nada definido.

Na quinta-feira, a concessionária VLT Carioca, responsável pelo transporte, solicitou à Justiça a rescisão do contrato de concessão, assinado em 2012 com validade de 25 anos. O motivo seria uma dívida da prefeitura com a empresa de R$ 150 milhões, referente ao investimento para a implantação do sistema. A companhia diz que tentou por várias vezes uma negociação junto ao município. Segundo o VLT Carioca, a dívida teria impedido o início das operações da Linha 3, pronta desde o ano passado e projetada para ligar a Central ao Aeroporto Santos Dumont.

Segundo a prefeitura, pelo contrato assinado na gestão do então prefeito Eduardo Paes, o VLT deveria transportar 260 mil passageiros por dia, mas hoje o número de usuários é de 80 mil, com a diferença sendo obrigatoriamente paga pela prefeitura. Assim, o município pretende um acordo para 'equilibrar financeiramente' a operação. Segundo a prefeitura, somente após os números serem revistos é que o pagamento será retomado.

Integração tarifária

Para o engenheiro de Transporte da Coppe/UFRJ Paulo Cesar Ribeiro, mesmo com uma nova concessão, para que o projeto seja aceito pela população é preciso investir na integração física e tarifária entre VLT e outros modais (ônibus, metrô e trens). Ribeiro cita, também, a possibilidade de uma alteração na rota dos ônibus que circulam no Centro.

"O valor da tarifa, assim como a origem e o destino dos passageiros, precisam ser levados em conta na hora de definir um projeto grande como esse. Quem vem da Baixada Fluminense, por exemplo, geralmente costuma desembolsar mais dinheiro de passagem. Isso dificulta a tomada de um novo transporte até o destino final", afirma Ribeiro.

Ainda de acordo com o especialista da Coppe, apesar de a cidade contar com diversos meios de transporte, a falta de integração física ainda é um dos maiores problemas. "Não adianta termos tantas opções, como barcas, metrô, trem e ônibus, se esses meios não são interligados. No caso de uma otimização, os ônibus seriam o modelo mais fácil para uma possível mudança de rota. Para dar certo a prefeitura teria que rever o esquema de desembarque que ocorre o hoje na região central. É preciso um estudo aprofundado", analisa.