Veja os destaques do relatório com os 6 primeiros meses de 2019:
Número total de tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro: 4.169
O município do Rio de Janeiro concentrou 59% dos tiroteios ou disparos de arma de fogo da Região Metropolitana: 2.456 tiros. A cidade também registrou o maior número de baleados: foram 611, destes 258 mortos e 353 feridos.
A Vila Kennedy, localizada na Zona Oeste, foi o bairro do Grande Rio com o maior número de tiroteios ou disparos de arma de fogo: 191. Em seguida vem o Complexo do Alemão (170), Praça Seca (115), Tijuca (104) e Cidade de Deus (99).
A Vila Kennedy também foi o bairro com o maior número de feridos durante este semestre: 17 no total. Em seguida vem Vila Dagmar (17), Penha (13), Maré (12) e Cidade de Deus (10).
O Fonseca, bairro de Niterói, no Leste Metropolitano, concentrou o maior número de mortos: foram 15 registros. O Complexo do Alemão (13), Catumbi (13), Bangu (12) e Nova Aurora, em Belford Roxo, (12) completam o ranking de mortalidade nos bairros.
O Jardim Catarina, em São Gonçalo, foi o bairro do Leste Metropolitano que concentrou o maior número de tiros, foram 42 registros no total, seguido de Icaraí (29), Bom Retiro (27), Itaúna (23) e Ingá (22). Fonseca, em Niterói, teve o maior número de mortos (15), e Santa Rosa, o maior número de feridos (10) no período.
Dos 5 bairros no topo do ranking de tiros na Baixada Fluminense, todos estão no município de Belford Roxo, são eles: Glaucia (62), Santa Tereza (32), Bom Pastor (31), Pauline (20) e Vale do Ipê (17). Nova Aurora registrou o maior número de mortos (12) e Vila Dagmar, o maior número de feridos (17), ambos também em Belford Roxo.
O Fogo Cruzado mapeou 127 agentes de segurança baleados na região metropolitana do Rio no primeiro semestre de 2019, destes, 30 morreram e 97 ficaram feridos. Os municípios do Rio de Janeiro (60), São Gonçalo (19), Niterói (14), Nova Iguaçu (7), Belford Roxo (5) e Itaboraí (5) tiveram o maior número de agentes baleados.
Do total de agentes de segurança baleados neste semestre, 25 morreram fora de serviço, o que representa 83% de todos os agentes mortos, e 48 ficaram feridos durante o posto de trabalho. Houve uma queda de 27% no número de agentes baleados neste semestre em comparação com os 6 primeiros meses de 2018, quando foram registrados 175 agentes baleados: destes, 62 morreram (48 fora de serviço), e 113 ficaram feridos (63 em serviço).
Mortes dentro de casa
Neste semestre, 12 crianças (até 12 anos incompletos), 44 adolescentes (até 18 anos incompletos) e 19 idosos (acima de 60 anos) foram baleados na Região Metropolitana do Rio: destes, 4 crianças, 26 adolescentes e 12 idosos morreram. No mesmo período de 2018, foram 14 crianças, 43 adolescentes e 16 idosos baleados: destes, 3 crianças, 25 adolescentes e 10 idosos morreram.
Este ano, houve 11 casos de tiroteios com duração igual ou superior a 2 horas, 5 vezes menos registros que em 2018. No total, foram 33 horas e 33 minutos de tiroteios contínuos que deixaram 6 mortos na região metropolitana do Rio. No mesmo período de 2018, foram 60 casos com mais de 340 horas de duração que deixaram 23 mortos e 38 feridos. Este ano, houve uma queda de 90% na duração desses casos.
O Fogo Cruzado mapeou 74 casos de balas perdidas neste semestre. No total, 90 pessoas foram vítimas, destas: 24 morreram e 66 ficaram feridas. No mesmo período do ano passado, foram 84 casos que deixaram 19 mortos e 75 feridos.
Das 4.169 informações sobre tiroteios ou disparos de arma de fogo, em 1472 (35%) foi possível identificar o motivo da situação. Neste semestre, "confronto" foi o principal motivo apontado como causa de tiroteios no Grande Rio. O levantamento é feito com base na descrição de notícias de imprensa e comunicações das polícias.
Educação no alvo
Dos 4.169 tiroteios ou disparos de arma de fogo ocorridos no primeiro semestre de 2019, 1.227 foram no entorno de escolas e creches públicas e privadas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Em 394 casos foi registrada a presença de agentes de segurança. Ao todo, 1.109 escolas foram afetadas - isso representa 18% da rede.
Nesta primeira metade do ano a Vila Kennedy liderou o ranking de tiroteios ou disparos de arma de fogo no entorno de escolas da região metropolitana do Rio: foram 70 registros nas imediações de escolas e creches do bairro, em seguida vem Tijuca (54), Complexo do Alemão (47), Cidade de Deus (46) e Penha Circular (37).
Impacto da violência armada na mobilidade urbana
Nos primeiros 6 meses do ano, o Fogo Cruzado mapeou 576 tiroteios ou disparos de arma de fogo em um raio de 100 metros de grandes vias de circulação da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com possíveis impactos para o funcionamento de transportes públicos. Na contagem, um mesmo registro de tiro pode ocorrer próximo a mais de uma via, o que significa que um tiro pode aparecer mais de uma vez em diferentes pontos de tráfego urbano.
Do total de vias e rotas, as grandes rodovias foram as mais afetadas por tiroteios no seu entorno, foram 285 registros, em seguida vem o BRT (147), trens da Supervia (111), metrô - considerada apenas a parte não subterrânea da Linha 2 do metrô - entre a Cidade Nova e a Pavuna -(28) e VLT (5).
A principal rota afetada foi a BR-101 com 86 registros - rodovia que além de incluir a Avenida Brasil, em seu trecho no Leste Metropolitano liga Niterói à Manilha. Em seguida apareceram: o BRT TransCarioca, que liga a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional (64); o trem do ramal Belford Roxo (43); o BRT TransBrasil (via Francisco Bicalho) (42), e o trem do ramal Saracuruna (42).