Lorrane dos Santos em foto com o avô, o pastor Anderson do Carmo - Reprodução
Lorrane dos Santos em foto com o avô, o pastor Anderson do CarmoReprodução
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Lorrane Oliveira dos Santos, de 18 anos, neta da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSC), acusada por um mototaxista de jogar na Praia de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, o celular do pastor Anderson do Carmo Souza, usou as redes sociais ontem para comentar a morte do avô. A jovem disse que as pessoas são livres para falar o que quiserem, mas que está triste pela maneira que 'as coisas são faladas'. A publicação aconteceu horas depois de Maria Edna Virgínio do Carmo, 64, mãe de Anderson prestar depoimento — por mais de três horas — na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) e afirmar que não considera mais Flordelis como nora.

Em um dos recursos do Instagram onde seguidores podem fazer perguntas, a mulher — que é filha de Simone Delis, filha biológica da parlamentar — respondeu alguns questionamentos sobre a morte de Anderson. Indagada se "sente incomodada com tantas com tantas acusações nas redes sociais contra sua avó", Lorrane afirmou que "isso não incomoda". "As pessoas são livres para falar o que quiserem. Eu só fico triste com a maneira que elas falam e pela crueldade do ser humano. Isso me deixa muito triste", contou a mulher.

Um outro seguidor quis saber "como estava o seu coração em meio a essa situação". Lorrane disse que "está triste com tudo isso, pois a situação é complicada e delicada, mas estamos entregando nas mãos de Deus", salientou.

Na tarde de ontem, Calmozina Motta, mãe de Flordelis, foi a DHNSGI visitar Flávio Rodrigues de Souza, 38, filho biológico da pastora que está preso acusado de matar o pai. Além dele, Lucas Cézar dos Santos de Souza, de 18, filho adotivo do casal, também está detido por participar do crime. Lucas só recebeu até hoje visita dos advogados.

'Não é minha nora'

Após mais de três horas de depoimento, a aposentada Maria Edna disse que não considera mais Flordelis como sua nora. A mãe de Anderson, que é de São Miguel Paulista — interior de São Paulo — está no Rio desde o último sábado. No domingo ela participou de um ato em homenagem a Anderson. "Esquece que ela é a minha nora. Porque ela não é minha nora. Nora que é nora não faz isso", ao se referir a deputada e pastora Flordelis dos Santos Souza (PSD). Na DHNSGI, a aposentada esclareceu que foi a especializa porque quis, na iniciativa de ajudar os investigadores no caso.
Delegada fará reconstituição 
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Está batido o martelo. Por hora, a delegada Bárbara Lomba — titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) — está disposta e fará a reconstituição simulada da morte do pastor Anderson do Carmo Souza. A simulação acontecerá nos dias seguintes ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio investigue a deputada federal Flordelis dos Santos Souza (PSC).

Como O DIA divulgou, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, estuda monocraticamente o caso Flordelis e como vai orientar a Polícia Civil do Rio e o Ministério Público (MPRJ) no caso. Uma fonte ouvida pelo DIA garante que o magistrado será favorável a ajudar "no que for necessário à investigação".

A DHNSGI enviou no último dia 28 um pedido ao STF para investigar a deputada federal Flordelis, já que ela possui foro privilegiado e o crime não ocorreu em razão das funções do mandato da parlamentar. Como o Judiciário está de recesso, o presidente do STF estuda o caso monocraticamente.