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Por Renan Schuindt e Gustavo Ribeiro

Rio - A partir desta terça-feira, o consórcio Rio Ônibus será o responsável pela administração do BRT. A informação foi confirmada ontem pelo prefeito Marcelo Crivella ao apresentar as cláusulas do acordo que põe fim à intervenção da administração municipal no sistema de transporte. Entre as medidas já confirmadas, o investimento anual de R$ 24 milhões em segurança e na reforma de diversas estações, além da reabertura dos pontos da Avenida Cesário Melo. Em seguida, os empresários de ônibus também terão que criar uma nova empresa para gerenciar o BRT.

Pelo acordo, o grupo que assume a administração do sistema terá, além de reabrir as estações da Avenida Cesário Melo, investir R$ 6 milhões por ano na segurança e policiamento do BRT, e destinar R$ 18 milhões anuais na reforma das estações. Também será necessário recuperar 90 ônibus que estão fora de operação e adquirir 150 novos veículos.

De acordo com Marcelo Crivella, caberá ao consórcio a contratação de uma empresa de auditoria para fazer um estudo sobre a demanda de passageiros do corredor Transbrasil. Dependendo do resultado, poderá haver um aumento na frota de ônibus articulado. A previsão é que o funcionamento seja iniciado até o final do ano. "Queria agradecer ao interventor (Luiz Alfredo Salomão), que durante seis meses lutou para que a gente pudesse chegar a esse entendimento. Tenho certeza que a população do Rio de Janeiro será beneficiada", disse o prefeito.

Passageiros insatisfeitos

Apesar do anúncio, passageiros que dependem do BRT diariamente reclamaram das condições dos veículos. Na estação Taquara, na Zona Oeste, o professor Ernan Ferreira, 70 anos, diz que a falta de segurança e o tempo de espera são os maiores incômodos. "Se você tem um compromisso e sai de casa contando de ir no BRT, pode se programar para chegar atrasado. E não tem segurança alguma, além de estar sempre sujo", desabafou.

Já a diarista Ana Maria dos Santos, 45 anos, diz que o desgaste para ir trabalhar é grande e reclama da precariedade. "Minha sorte é que eu pego três vezes na semana. Se não fosse isso estava perdida. São veículos velhos e quebrados. Claro que o povo precisa fazer sua parte, mas sinceramente, não vi ação alguma do interventor", rebateu.

Com os dois filhos pequenos, a manicure Mailana dos Santos, de 20, reclama da falta de educação e superlotação. "O que me deixa muito chateada é ver as pessoas burlando a catraca. O pior é que são elas mesmas que ocupam o lugar de quem paga passagem e vai em pé", afirma.

 

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