Os lava a jatos se espalham ao longo da Leopoldo Bulhões - Daniel Castelo Branco
Os lava a jatos se espalham ao longo da Leopoldo BulhõesDaniel Castelo Branco
Por BRUNAFANTTI
No primeiro dia útil após a operação que desmontou lava a jatos na Rua Leopoldo Bulhões, em Manguinhos, Zona Norte do Rio, o mesmo serviço voltou ao local. Na sexta-feira, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) mobilizou 70 agentes para retirar as ligações clandestinas de água que abasteciam um estabelecimento no local. A ação terminou em tragédia: um funcionário terceirizado da prefeitura acabou morrendo atropelado por um trem.
Agora, a prefeitura quer intensificar uma ação que tem feito nos últimos três meses: a aplicação de multas a quem usar os lava a jatos. Entre os dias 27 de maio e 14 de agosto foram aplicadas 1.943 infrações a motoristas. A mesma iniciativa foi realizada para desarticular os lava a jatos da região da Mangueira, em 2017. Na época, a multa surtiu efeito educativo, e os motoristas diminuíram a procura. No entanto, a região da Leopoldo Bulhões possui um diferencial, de acordo com o coronel Paulo Cérsar Amêndola, secretário da Seop. “Os motoristas que param nos lava a jatos da Leopoldo não são sempre os mesmos, ao contrário da Mangueira. Isso dificulta que a multa tenha esse caráter educativo”, disse.
Uma outra medida que está em estudo é a criação de um lava a jato legalizado na mesma região, para empregar os jovens que trabalham nesses locais. “Vamos incentivar o emprego através de uma medida de microempreendedor individual. Isso está em estudo”, afirmou Amêndola.
A ação de sexta-feira foi a terceira ocorrida desde o início do ano. Em todas, policiais foram mobilizados, linhas do trem pararam e ocorreram reações de traficantes das favelas que margeiam a via, conhecida como Faixa de Gaza. Moradores, passageiros de trem e motoristas que trafegavam pela área entraram em pânico. A morte do funcionário André Paes de Albuquerque, 43, está sendo investigada.