Rio - O Segurança Presente corre o risco de sofrer do mesmo destino das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Agentes de segurança que participam do programa estão com salários atrasados e já sentenciam: "É o efeito UPP. Estão inaugurando Segurança Presente 'a rodo'. Não pagam nossos salários em dia, estou com a minha internet cortada e pagando juros no banco", lamentou um egresso das Forças Armadas.
Atualmente, há 14 bases em bairros do Rio, além da Baixada e Niterói, com um efetivo total de cerca de mil agentes atuando nas ruas. Apenas em Copacabana e Niterói, que possuem convênio com as respectivas prefeituras, o pagamento está em dia. A próxima área prevista para ser beneficiada é Austin, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no dia 30 de outubro.
Receptividade
O Segurança Presente é um dos programas com melhor aceitação da população no estado, muito aguardado em áreas onde ainda não foi inaugurado e considerado pelo secretário estadual de Governo do Rio, Cleiton Rodrigues, como "a joia da coroa". Daí o sinal de alerta com as críticas dos próprios agentes.
Policiais que preferiram não se identificar dizem que os atrasos de pagamento estão pondo em risco o projeto. Segundo eles, o mês de agosto foi pago apenas em outubro, e setembro ainda não foi quitado. O atraso nos salários é para os policiais militares, que trabalham na folga, e agentes civis egressos das Forças Armadas. Revoltados, eles denunciam que muitos PMs e agentes já não querem mais aderir ao programa.
"Os agentes civis e os colegas PMs só querem ir para onde as prefeituras ajudam no pagamento. Isso vai provocar um reflexo no atendimento na rua", contou um policial. Números acumulados, desde o início da operação, em janeiro de 2014, até o dia 20 deste mês somam 14.323 prisões em flagrante.
Problema em folha de pagamento