"O MPRJ, por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais (Subcriminal) e do Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal (Gaocrim) solicitou à Polícia Civil, por meio da Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (Ciaf), na manhã de hoje (segunda-feira), a realização de perícia na Linha Amarela para avaliar os danos provocados pela ação de agentes da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro nas instalações do pedágio. A medida é necessária para instruir procedimento investigatório instaurado para apurar eventual conduta delituosa por parte do Poder Executivo municipal".
Para o vereador Thiago K. Ribeiro (MDB), relator da CPI da Linha Amarela, a decisão do prefeito foi em desencontro às recomendações deixadas pela CPI.
"Nós recomendamos que ocorresse uma conversa para tentar um acordo. Isso que aconteceu não foi o que a CPI sugeriu. Não é dessa maneira que as coisas serão resolvidas. A forma como o prefeito determinou a solução do caso só leva a desordem jurídica e no final, prejuízo para o usuário que pode ter seus próximos dias de trânsito na via conturbados".
O relator explicou que a CPI desconhece o valor de R$ 1,6 bilhão, que segundo o prefeito Marcelo Crivella, tenha gerado prejuízo aos cofres públicos.
"A CPI recomendou ao Tribunal de Contas do Município que avalie os valores através do número de usuários da Linha Amarela. Esse valor que exposto não foi divulgado pela CPI".
"Oi pessoal, tudo bem? Agora são 3h30 e nós estamos aqui na praça do pedágio da Linha Amarela. A prefeitura retomou a concessão, tendo em vista um parecer da nossa controladoria e procuradoria, depois de muitos meses e também de ter aberto prazo para que a Lamsa contestasse as nossas contas, o que ela não fez. Também o parecer final da CPI da Câmara dos vereadores e o parecer técnico do Tribunal de Contas do Município, todos são unanimes em verificar que a concessão já se extinguiu e, é um poder da prefeitura retomar a concessão. Se não fizéssemos isso, eu estaria correndo o risco de improbidade administrativa", explicou Crivella.
O especialista em Direito Administrativo Manoel Peixinho avaliou o ato de Crivella como "desproporcional e arbitrário". Na análise do jurista, a destruição da praça do pedágio só poderia ter sido feita com ordem judicial.
"Só o poder judiciário poderia autorizar utilizar a força nesse caso", comentou o especialista.
Segundo o advogado, a rescisão unilateral de contrato público é admitida, mas não em um caso em que o desequilíbrio contratual é controverso. O especialista também diz que Crivella pode responder pessoalmente pelos danos praticados e por improbidade administrativa, em virtude do dano ao erário acarretado com as eventuais multas e a destruição do patrimônio. "É motivo para ensejar um pedido de impeachment, porque agiu fora dos parâmetros exigidos de um administrador equilibrado", concluiu.