Aumento salarial de profissionais de Educação Física é contestado - Reprodução Internet
Aumento salarial de profissionais de Educação Física é contestadoReprodução Internet
Por O Dia
Um vídeo que circula nas redes sociais tem deixado profissionais de educação física do Rio ainda mais indignados com o reajuste salarial de 2%, aprovado recentemente em convenção e considerado um dos menores do país. Segundo o material, que não teve autoria revelada, desde 2014, funcionários da BodyTech, uma das principais neste segmento, deixaram de ganhar cerca de R$ 35 mil, valor equivalente a um carro popular. O cálculo leva em consideração os últimos 5 anos e traça um comparativo entre o piso salarial estadual e o praticado pela marca neste período.
De acordo com as informações do vídeo, em 2014, o piso salarial estadual foi de R$ 10,15 hora/aula, enquanto a BodyTech pagava R$ 5,31, o que teria representado uma perda anual de R$ 7.078,50. Nos anos seguintes os acordos com o sindicado representaram mais perdas para os funcionários, em 2015 a perda foi de R$ 7.400,25, em 2016 de R$ 7.809,75, em 2017 de R$ 7.005,38 e em 2018 de R$ 5.820,75.
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O material faz uma crítica ao Conselho Regional de Educação Física (Cref1), que responde pela regulamentação da atividade no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, em razão de um possível apoio ao baixo reajuste, aprovado no último dia 15, em convenção que reuniu o Sindicato das Academias do Município do Rio de Janeiro (Sindacad) e o Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Rio de Janeiro (Sinpef-RJ).
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“Estamos sendo prejudicados não é de hoje. Os profissionais precisam se atentar ao que vem acontecendo na atual gestão dos órgãos que regulamentam a categoria. Se você colocar na ponta do lápis, com o dinheiro que deixamos de ganhar, seria possível comprar um carro novo ou dar entrada na casa própria”, diz um profissional de educação física que pediu para não ser identificado, por medo de represálias.
Outro profissional que também pediu sigilo sobre sua identidade, reclama da falta de transparência dos sindicatos com relação aos acordos firmados entre os órgãos, que não estariam beneficiando a categoria. “A maioria dos profissionais não fica sabendo das decisões que são tomadas. A sensação é que os acordos não favorecem os trabalhadores”, desabafou.
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Vale ressaltar que, apesar de ser retroativo a maio, o reajuste concedido após a convenção está abaixo dos 2,92% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado dos últimos 12 meses. A título de comparação, em São Paulo, o aumento recebido pela categoria foi de 3,94%. Já em Brasília, o índice foi de 2,45%.
Por telefone, o CEO da BodyTech, Luiz Urquiza, disse que as informações repassadas no vídeo não procedem. Segundo o executivo, o acordo coletivo assinado entre Bodytech e Sinpef concedeu um aumento de 3,7% e piso de R$ 14,36 (R$ 11,75 + Descanso Semanal Remunerado). Em nota, a Bodytech informou que votou contra a proposta de regulamentação que determina o número de alunos seja proporcional ao número de profissionais dentro das academias. E que não segue a Convenção Coletiva, pois tem Acordo Coletivo assinado com o sindicato. Ainda segundo a nota, a BodyTech negociou acordo com o Sinpef/RJ para atingimento do piso estadual em 3 anos (2017, 2018 e 2019) e esclareceu que o piso estadual já foi implementado.
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Também por meio de nota, o Cref1 informou que não tem envolvimento com as negociações relativas ao reajuste salarial dos profissionais de Educação Física, uma vez que não é de competência do órgão atuar nessa questão. O Conselho frisou ainda, que sua atuação será sempre em prol dos profissionais. E que, as questões referentes aos cálculos de porcentagem, bem como sua aprovação, assim como as questões salariais devem ser tratadas diretamente com os envolvidos.
Procurado, o Sinpef informou que o aumento de 2% foi aprovado em assembleia, assim como a cláusula que define a proporção de 40 alunos para cada profissional de educação física que atenda no respectivo estabelecimento. O sindicato salientou que todas as assembleias e decisões tomadas são publicadas com 72h de antecedência. Até o fechamento desta matéria, o Sindacad não havia se pronunciado.