Rio - Nunca mais. Esse é o projeto que a professora Rosana Louzada Silva, de 37 anos, criou para ajudar mulheres que sofreram violência doméstica. Vítima de constantes agressões de seu ex-companheiro, que foi preso em fevereiro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, agora ela é mais uma ativista da campanha internacional dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher, que começa hoje.
Segundo o Dossiê Mulher de 2019, feito pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, quatro mulheres são vítimas de lesão corporal dolosa por dia. O estudo apontou ainda que a cada 24 horas, quatro mulheres são ameaçadas e, pelo menos uma, sofre importunação ofensiva ao pudor.
O nome do projeto foi dado porque essa foi a frase que ela falou para seu primeiro marido, após ele ser tirado de casa pela polícia por agredi-la. Um ano depois, já no segundo relacionamento, ela voltou a sofrer violência doméstica de seu segundo companheiro e, em fevereiro, reafirmou "Nunca mais" com ainda mais certeza.
"Sinto que preciso ajudar outras mulheres que passam por isso. Eu vejo a importância do que faço, quando tenho recebo o retorno delas, quando só eu entendia o que elas estavam passando, o que estavam sentindo. Eu não julgo a saudade que sentem dos ex que a agrediam, eu digo só que não pode voltar. A dependência emocional tem o mesmo efeito de outras dependências, a gente tem abstinência, precisa de tratamento, de apoio", disse Rosana.
Livro em quadrinhos conta história de violência doméstica
Com projeto gráfico e ilustrações de Alexandre Magalhães, a Filha da Mãe é a história de Cleo, uma enfermeira, trabalhadora incansável e mãe zelosa. Uma feminista que luta pela igualdade de direitos e ajuda mulheres abusadas.
"É uma personagem forte que vai conquistar as mulheres e os homens a partir da identificação com sua trajetória", conta Tinda Costa.
Segundo a escritora, a expectativa é que homens e mulheres reflitam e se unam em um amplo debate sobre formas de enfrentar e acabar com esses abusos.