Crianças são maiores vítimas da poluição mundial - Reprodução/Internet
Crianças são maiores vítimas da poluição mundialReprodução/Internet
Por O Dia
Rio - As rápidas alterações climáticas afetam a qualidade de vida dos mais de sete bilhões de habitantes do planeta. Na luta para sobrevivência em um mundo despreparado para as reviravoltas do clima, as crianças são as mais afetadas, segundo relatório Lancet para a Saúde e Mudanças Climáticas, divulgado na última segunda-feira, dia 18.
O estudo, construído por especialistas de 35 instituições de todo o mundo, avalia 41 indicadores-chave para interpretar o impacto das mudanças climáticas na saúde pública. Ao todo, o documento analisa quatro grandes áreas, vulnerabilidade a doenças transmitidas por mosquitos, carvão, poluição do ar e emissões dos setores da saúde, e aponta que as crianças são o grupo mais prejudicado. 
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"Em época de queimada na Amazônia, os filhos de mulheres grávidas que moram na região nascem com baixo peso. Hoje, a poluição do ar é considerada como o novo tabaco", afirmou Mayara Floss, pesquisadora e uma das autoras do relatório. Ela aponta, ainda, que, no Brasil, cerca de 23 mil pessoas morreram em 2016 por causa da contaminação do ar e a poluição do ar é uma das principais causas de morte do século XXI. 
Dentre as consequências das mudanças, Floss cita o aumento da proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, e de problemas cardiovasculares como AVC e infarto. Para ela, a situação querer adaptabilidade. "Não é a geração futura que deve se preocupar, é nossa responsabilidade reduzir a produção de lixo e emissão de poluentes. A humanidade precisa rever seus hábitos", reiterou.  
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A especialista reforça que o primeiro passo para conter a situação é investir em políticas públicas responsáveis por controlar a emissão de poluentes, mas a colaboração deve vir de toda a sociedade. "No nível individual, todos podem optar por transporte ativo, como ir para o trabalho à pé ou de bicicleta, reduzir o consumo de carne e investir em uma dieta planetária, mais baseada em plantas", enumerou. Ela recomenda, ainda, que a medição da qualidade do ar seja realizada com maior periodicidade para manter os dados sempre atualizados.
Esperança mora na favela
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No balanço do mar, a inovação tira onda com pranchas de surfe feitas de poliuretano, material poluente que traz grande estrago ao meio ambiente. A ONG Rocinha Surfe Escola, liderada por Ricardo Bocão, coordena o projeto que, na última quinta-feira, dia 21, esteve presente em evento do ex-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, para falar sobre as consequências das mudanças climáticas.
Ao todo, a ONG já apresentou o esporte para quase 3 mil crianças da favela, a maior do Brasil, e, atualmente, 14 competidores do circuito foram formados na Rocinha. Bocão explica que o projeto é a forma deles de contribuir para "debater os efeitos das mudanças climáticas" e que, ao atuarem na reciclagem das pranchas, estão evitando a poluição gerada por sua fabricação. 
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