Rio - Uma operação comandada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Incêndio da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) provocou o fechamento temporário do maior reduto de prostituição do Rio de Janeiro, a Vila Mimosa, na Praça da Bandeira. O motivo foi a documentação irregular de quase todos os estabelecimentos junto ao Corpo de Bombeiros, além de riscos de incêndio. Cerca de 80% dos bares e das casas de entretenimento fecharam as portas à tarde.
Proprietários e funcionárias dos estabelecimentos reclamaram, já prevendo os prejuízos acarretados pela interrupção dos serviços no local. O Corpo de Bombeiros esclareceu que os locais onde havia irregularidades foram notificados. A medida determina que as casas têm até 90 dias para se adequarem às exigências para um funcionamento seguro. Até lá, as casas ficam temporariamente fechadas. Caso não haja a regularização dos estabelecimentos após os prazo determinado pelos Bombeiros, os mesmos serão interditados.
Presidente da CPI do Incêndio, o deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL) considera o espaço de lazer uma "bomba-relógio" prestes a explodir e causar a morte de centenas de pessoas.
"Esse local é completamente inapropriado para o funcionamento. São instalações precárias, com risco de incêndio a qualquer momento. É um espaço inadequado para receber qualquer tipo de pessoa. Imagine se, em dia de grande movimentação, acontecer um acidente?", questionou Knoploch.
O deputado Rodrigo Amorim (PSL) relatou que os parlamentares encontraram um caderno com informações que remetem a crimes de exploração sexual.
"Não é só o risco de incêndio o que nos preocupa. Identificamos muitas coisas erradas. Algumas pessoas aqui estão cometendo crimes graves", afirmou Amorim.
Fechamento gera incerteza
De acordo com o presidente da CPI do Incêndio, deputado Alexandre Knoploch, foi necessária a instalação de uma comissão de investigação para apurar os inúmeros incêndios que acometeram o Rio nos últimos meses.
A CPI receberá, amanhã, representantes da Whiskeria 4 por 4; do IML; do Ministério Público; dos Bombeiros; da Defensoria Pública; e da Polícia Civil, além de testemunhas que estavam no local no momento do incêndio. Knoploch pretende, com a oitiva, aprofundar o debate sobre o caso que vitimou bombeiros, em outubro deste ano.
"Precisamos conhecer a fundo a investigação sobre o incêndio na whiskeria. Quatro bombeiros morreram e dois se feriram ao realizar o seu trabalho. É inadmissível que isso aconteça. É necessário rigor na busca pelas causas dessas mortes e pelos fatores responsáveis pelo ocorrido, evitando que casos similares voltem a acontecer", ressaltou o deputado.