Áreas onde acontecem as ações clandestinas tornam-se degradadas. Para extrair areia, as empresas devem pedir licenciamento ao Inea - Divulgação
Áreas onde acontecem as ações clandestinas tornam-se degradadas. Para extrair areia, as empresas devem pedir licenciamento ao IneaDivulgação
Por O Dia
Rio - A extração ilegal de areia afeta diversos municípios do Rio de Janeiro, e os ecossistemas pagam um preço alto. Na última segunda-feira, a Secretaria de Estado do Ambiente (Seas), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o Ministério Público Federal deflagaram operação para combater areais clandestinos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os areais ficam localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) do Alta Iguaçu e, portanto, têm limitações para a extração na área.
O superintendente de Combate aos Crimes Ambientais da Seas, Fábio Pinho, explica que a areia é extraída para ajudar em construções. "Atualmente, há um aumento da demanda por areia em obras e construções e, por isso, aumenta também a extração ilegal de areia", contou. Segundo ele, para realizar a atividade legalmente, deve ter um estudo de impacto ambiental, além de licenciamento ambiental pelo Inea e pela Agência Nacional de Mineração.
Publicidade
Sem licenciamento, o ecossistema passa por dificuldades. Para Fábio, o principal dano é a contaminação do lençol freático com óleo diesel, combustível das balsas próprias para a extração de areia. Sem a camada de areia que separa a lagoa da água potável, o óleo que vaza nas lagoas que contêm os areais, acaba contaminando o lençol freático.
Mais de 70 operações só neste ano
Publicidade
Os danos ecológicos de areais clandestinos não se restringem apenas a Duque de Caxias. Este ano, a Superintendência Integrada de Combate aos Crimes Ambientais, ligada à Secretaria Estadual de Ambiente e Sustentabilidade, realizou 73 operações em sete outras localidades do Rio: Ilha de Guaratiba, Seropédica, Campo Grande, Araruama, Bom Jardim, Vargem Grande e Itaboraí.
No caso da operação em Duque de Caxias, foi constatada extração dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA). Fábio explica que, antes de aprovarem qualquer atividade, devem avaliar as limitações da área, do solo e do habitat natural das espécies. O Inea é responsável por apontar as limitações ambientais, enquanto a Agência Nacional de Mineração deve avaliar a extração de areia, visto que atividades envolvendo o solo dizem respeito à União.
Publicidade