Arthur Gonçalves Monteiro Esperança tem apenas 5 anos - Arquivo Pessoal
Arthur Gonçalves Monteiro Esperança tem apenas 5 anosArquivo Pessoal
Por Thuany Dossares

Ao ouvir o barulho dos tiros, o segurança Paulo Roberto Monteiro Esperança, de 36 anos, teve a atitude que qualquer pai teria: abraçou seu filho, Arthur Gonçalves Monteiro Esperança, de apenas 5 anos, e deitou com ele no chão. No entanto, isso não foi suficiente para garantir a segurança do menino. Um tiro atingiu a mão do segurança, atravessou e a bala ficou alojada na cabeça da criança, na noite de anteontem. Pai e filho brincavam no campo de futebol do Morro São João, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio.

Arthur é a quarta criança vítima de bala perdida no Rio de Janeiro, somente este mês, de acordo com o site Fogo Cruzado, o que representa uma média de um menor baleado por semana. Ainda segundo a plataforma, quadruplicou o número de crianças (menores de 12 anos) atingidas por bala perdida este ano em relação a janeiro do ano passado, quando apenas uma foi baleada.

Internado inicialmente no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, o menino precisou ser transferido para uma unidade que tivesse neuropediatria. Mas a transferência acabou se tornando outro momento de agonia. Familiares só conseguiram a internação no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, após uma decisão da Justiça. Arthur segue internado em estado grave. A bala continua alojada em sua cabeça. 

Ainda não há informações sobre de onde partiu o tiro. A Polícia Militar informa que no momento em que pai e filho foram baleados, agentes da UPP São João, que se deslocavam pela comunidade, foram atacados a tiros e houve confronto.

O caso é investigado pela 25ª DP (Engenho Novo). A Polícia Civil informou que foi instaurado um inquérito para apurar o caso e que testemunhas serão ouvidas.

 

'Tiroteio foi de repente'
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A família de Arthur é toda do Morro São João. Há três anos os pais do menino se mudaram para o bairro Sampaio, a cerca de dois quilômetros da comunidade. O futebol de segunda-feira é uma tradição na rotina de Paulo Roberto e ele sempre costumava levar o filho caçula.
"O Arthur é muito agarrado ao pai. Meu irmão estava na lateral do campo, aguardando a próxima partida, enquanto isso brincava com o filho", contou João Paulo Monteiro Esperança, tio da criança.
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Segundo ele, o tiroteio aconteceu de repente. "Se tivesse operação, algo do tipo, o futebol seria cancelado", disse.
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